2010-10-07 11:14:59

APELO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA OS CRISTÃOS NA ÍNDIA


Roma, 07 out (RV) - Informar e inspirar a comunidade internacional, exortando o público a tomar uma posição contra todas as formas de discriminação às quais são submetidos os cristãos na Índia. Esse o objetivo de um encontro realizado terça-feira última, em Roma, durante o qual foi apresentado o documentário “Os cristãos da Índia”, produzido por Elizabeth Valgiusti: um grito de denúncia ao qual fez eco o apelo do Arcebispo de Mumbai, Cardeal Oswald Gracias, que também é Presidente da Conferência Episcopal da Índia. No seu discurso ele quis salientar a urgência de pôr fim à violência, promovendo uma cultura de solidariedade e de comunhão.

Dão de comer aos pobres, ensinam as crianças a ler e escrever, cuidam dos doentes; mas não só isso, os cristãos na Índia, estão também entre as forças mais decisivas no desenvolvimento econômico e são ponte religiosa e política necessária para as relações internacionais. Todavia, como resulta do documentário, “Os cristãos da Índia” continuam a ser alvo de fundamentalistas hindus, objeto de perseguições sistemáticas e, por isso, obrigados a fugir, como ocorreu em Orissa.

Segundo o Cardeal Gracias “o governo não fez nada para ajudar as pessoas que foram vítimas da violência e que tiveram de fugir para as florestas para se salvar”. A violência foi realmente contra os católicos, contra os cristãos. Eles queriam colocar todos os cristãos para fora da área e tentaram convencer e até mesmo forçar alguns cristãos a se converterem ao hinduísmo. Então – continua o purpurado - começou a destruição da propriedade cristã, a violência contra os sacerdotes, religiosas, contra os fiéis católicos e também protestantes. A violência era dirigida precisamente contra os cristãos, contra o crucifixo contra a imagem dos cristãos; quando as pessoas se apresentavam como cristãos, em seguida, eram atacadas.

Num total de um bilhão e 140 milhões de indianos, os cristãos são apenas 2,3% da população, portanto uma minoria, mas uma minoria que conta e que, para uma parte da política é uma ameaça. “Mesmo que tenhamos problemas a Igreja é forte – disse o Cardeal Gracias -, a Igreja trabalha para as pessoas. Até mesmo o governo nos respeita, e muitas vezes pede a nossa opinião sobre assuntos econômicos, políticos, religiosos, sociais. “Eu diria - afirmou o purpurado - que o Evangelho teve uma influência sobre a mentalidade do povo indiano. O trabalho de serviço, a atitude de fraternidade, são uma contribuição do Evangelho numa missão que teve início há muitos anos”.

“Os ataques contra pessoas e estruturas - disse o cardeal – visam acabar com a missão dos cristãos, acusados, entre outras coisas, de forçar as conversões. Pessoas do meio rural, muitas vezes usadas como escravos para o trabalho agrícola e os dalits, conhecidos como os “sem casta”, vêem no cristianismo uma estrada para melhorar a sua situação, para fazer valer os seus direitos e dignidade como pessoa. Os bispos indianos continuam a pedir proteção e justiça para os cristãos, não por interesse de grupo, mas sim que o país se salve de uma involução intolerante, e que o sacrifício dos “novos mártires” - concluiu o arcebispo de Mumbai – assassinados por causa da fé, não seja esquecido”. (SP)








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