PAPA: SAUDAÇÃO DOS BISPOS DO REGIONAL NORTE I E NOROESTE
Cidade do Vaticano, 04 out (RV) - Segue a saudação ao Santo Padre feita pelo
Arcebispo de Porto Velho (RO), Dom Moacyr Grechi, em nome dos bispos do Regional Norte
I e Noroeste da CNBB, em visita ad Limina Apostolorum.
Santidade, nós, Bispos
dos Regionais Norte 1 e Noroeste, estamos aqui, nesta visita “ad limina”, para renovar
e fortalecer nossa comunhão com Pedro presente na Sua pessoa e missão.
Somos
18 bispos de 16 circunscrições eclesiásticas, incluídos 2 bispos auxiliares. Vivemos
no coração da Amazônia Continental, que cobre uma região de mais de 2 milhões de Km2.
A
nossa realidade, em suas grandes linhas, Sua Santidade já conhece. Aqui me parece
oportuno relembrar o que nos dizia o seu venerável predecessor João Paulo II: «Às
vezes ouve-se dizer que o Papa desconhece a realidade local... Ele porém procura prestar
a máxima atenção àquilo que seus irmãos bispos lhe dizem periodicamente nas visitas
“ad limina» (Visita “ad limina” de 2002).
Além do mais, Sua Santidade recebe
nossos relatórios, agora bem minuciosos. Não podemos esquecer também as informações
que Lhe chegam da Nunciatura.
Vale a pena lembrar que o saudoso Núncio Armando
Lombardi, no seu curto período de tempo no Brasil, visitou pessoalmente quase todas
as Dioceses e Prelazias do Brasil. E isso foi muito positivo para a caminhada da Igreja
do Brasil.
A Amazônia sempre tem sido considerada colônia do resto do Brasil.
Seus problemas surgem, quase todos, de fora.
Também a Igreja do Brasil só
acordou para a realidade da Amazônia como parte de sua estrutura e missão há poucas
décadas. As etapas principais dessa mudança foram o Concílio Vaticano II, Medellín
e a reunião dos bispos da região em Santarém-PA, com suas orientações e prioridades,
em 1972. Este encontro é como que a carta de identidade da Igreja da Amazônia.
O
Projeto “Igrejas Irmãs”, a vinda dos padres “fidei donum” (padres diocesanos mandados
por suas Igrejas de origem) e a Comissão Episcopal para a Amazônia, foram decisivos
para uma profunda mudança de atitude principalmente das dioceses do Sudeste e Sul
do Brasil, em relação à sua responsabilidade quanto à Amazônia.
A pobreza,
o reduzido número de padres, a invasão das Igrejas Pentecostais de todo gênero, são
um desafio, sem contar os de natureza sócio-econômica e cultural. Só agora temos um
modesto Instituto Superior na Amazônia aprovado oficialmente. Se hoje a Missão na
Amazônia é difícil, o era infinitamente mais no tempo de nossos predecessores vindos
de tantos países, e que prepararam o terreno para o nosso trabalho atual. Muitos deles
e delas (Irmãs), seriam dignos/as da glória dos altares.
Em nome de todo o
episcopado da Amazônia quero agradecer a ajuda econômica que Sua Santidade, pessoalmente,
se empenhou em nos oferecer nestes últimos anos.
Agora estamos aqui totalmente
abertos a sua palavras que servirão para confirmar-nos na Fé de acordo com a missão
solicitada por Jesus ao Seu primeiro predecessor (Lc 22, 31-32).