Palermo, 04 out (RV) – O sacerdote “deve estar próximo” às preocupações cotidianas
das pessoas, “mas como sacerdote, sempre na perspectiva da salvação e do Reino de
Deus,” sem deixar que sejam as “necessidades” ou os “papéis sociais” a “determinarem
a sua condição”. Essa é a mensagem dirigida pelo Papa Bento XVI ao clero de Palermo
com o qual se reuniu na tarde de ontem na Catedral da cidade. “Eu sei que vocês trabalham
com zelo e diligência” – disse o Papa aos sacerdotes, religiosas e seminaristas –
“mas sejam sempre homens de oração”.
“O sacerdote – acrescentou Bento XVI
- encontra sempre, e de modo imutável, a fonte de sua identidade em Cristo Sacerdote.
Não é o mundo a estabelecer o seu status, “de acordo com as necessidades e percepções
dos papéis sociais”. Isso significa que o “seu serviço às almas”, “campo imenso” do
seu agir, não deve prescindir do seu ser “testemunha e dispensador de uma vida diferente
daquela terrena. E é exatamente isso – disse o Santo Padre citando a sua encíclica
Spe salvi – a torná-lo “portador de uma forte esperança, de uma esperança fidedigna,
a de Cristo, com a qual enfrentar o presente, embora muitas vezes fatigoso”.
Bento
XVI fez ainda um convite aos presentes a imitarem o “heróico exemplo do Padre Puglisi,
assassinado pela máfia em 1993. “A Igreja de Palermo recordou recentemente o aniversário
do bárbaro assassinato do Padre Giuseppe Puglisi, membro deste presbitério, assassinado
pela máfia”, disse o Papa. “Ele tinha um coração que ardia de autêntica caridade pastoral;
no seu zeloso ministério - acrescentou - deu amplo espaço à educação dos adolescentes
e jovens e, trabalhou para que cada família cristã vivesse a fundamental vocação de
primeira educadora da fé dos filhos”.
O povo confiado aos seus cuidados Pastoral
pôde beber a riqueza espiritual desse bom pastor, do qual está em andamento – recordou
o Papa – a causa de beatificação. “Exorto-os – concluiu Bento XVI - a manterem viva
a memória do seu fecundo testemunho sacerdotal imitando o heróico exemplo”. (SP)