Cidade do Vaticano, 02 out (RV) - O editorial desta semana do diretor da Sala
de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, aborda uma questão polêmica para a
sociedade e muito sentida pela Igreja. O título do artigo é "Contra a pena de morte".
No texto, lê-se: "Sou contrário a recorrer à pena de morte. Não a quero nem
na China, nem no Irã, nem nos Estados Unidos, nem na Índia, nem na Indonésia, nem
na Arábia Saudita, nem em parte alguma do mundo."
"Não a quero – continua
Pe. Lombardi – por lapidação, nem por fuzilamento, nem por decapitação, nem por estrangulamento,
nem por choque elétrico, nem por injeção letal. Não a quero dolorosa, nem indolor.
Não a quero em público, nem em segredo."
"Não a quero – escreve – para as
mulheres, nem para os homens, nem para os doentes, nem para os sãos. Não a quero para
os civis, nem para os militares. Não a quero nem em paz, nem na guerra."
"Não
a quero para os que possam ser inocentes, mas também não a quero para os réus confessos.
Não a quero para os homossexuais, nem para os adúlteros. Não a quero para ninguém."
"Não
a quero – diz Pe. Lombardi – nem mesmo para os assassinos, para os mafiosos, para
os traidores e para os tiranos. Não a quero por vingança. Não para livrar-se dos prisioneiros
em excesso e custosos, nem sequer por presumível misericórdia."
"Porque –
explica ele em seu artigo – busco uma Justiça maior. E é para bem caminhar por essa
estrada, para afirmar cada vez mais e sobre todas as coisas a dignidade da pessoa
e da vida humana, da qual não somos nós que dispomos." Como diz o Catecismo da Igreja
Católica – citando João Paulo II – "hoje, para os Estados, os casos de absoluta necessidade
de supressão do réu a fim de fazê-lo inofensivo são, de qualquer forma, muito raros,
senão, de fato, praticamente inexistentes".
"Façamo-los inexistentes – conclui
o editorial de Pe. Lombardi. É melhor." (ED)