SONHO DE MADRE TERESA: UMA CASA PARA DOENTES TERMINAIS
Calcutá, 28 set (RV) - Madre Teresa de Calcutá, fundadora das Missionárias
da Caridade, queria que em Ayodhya, cidade localizada no Estado de Uttar Pradesh,
na Índia, fosse construído um centro de acolhimento para pobres e doentes terminais
de todas as religiões.
Segundo a religiosa, este era um modo para atenuar
o conflito entre hinduístas e muçulmanos naquela região. O arcebispo emérito de Calcutá,
Dom Henry Sebastian D'Souza, frisou que pouco depois da destruição da mesquita de
Babri e da violência sucessiva, Madre Teresa pediu-lhe para que a acompanhasse ao
primeiro-ministro ou ao presidente da Índia para dizer que naquele terreno, origem
de tanta violência, ela gostaria de construir um centro de acolhimento para um serviço
à humanidade sofredora.
"As Missionárias da Caridade estavam dispostas a administrar
esta casa. Embora apreciando a ideia, disse-lhes que, sinceramente, não tinha intenção
de entrar nessa questão que na época era extremamente politizada, mas as incentivei
a prosseguirem em seu projeto" – frisou o prelado.
"Penso que transformar aquele
local num centro de assistência aos pobres e sofredores seria uma ótima maneira para
acabar com o conflito e gerar um bem para toda a nação a partir de um caso que causou
tanto ódio e sangue" – disse ainda o bispo.
Os confrontos de Ayodhya causaram,
em 1992, mais de 2 mil mortos depois que os fundamentalistas hinduístas destruíram
a mesquita de Babri, reivindicando a presença antecedente de um templo do deus Rama
naquele local. Após um longo processo, o episódio parecia estar próximo da conclusão,
mas no último dia 24 a Suprema Corte marcou uma nova audiência para hoje, dia 28.
A
audiência poderá durar alguns dias. As partes em causa desejam uma sentença, mas as
autoridades civis temem que a decisão possa provocar novas tensões entre hinduístas
e muçulmanos. (MJ)