ANGELUS: "DEUS AMA OS POBRES E OS LEVANTA DA SUA HUMILHAÇÃO
Castel Gandolfo, 26 de set (RV) – “Deus ama os pobres e os levanta da sua humilhação”.
Foi o que recordou Bento XVI ao meio-dia de hoje em Castel Gandolfo, antes da oração
do Ângelus, destacando que o “destino eterno” de cada um é condicionado pela escolha
de seguir o caminho que Deus tem nos mostrado isto é ,o amor.
No Evangelho
deste domingo, recordou o Papa, Jesus conta a parábola do homem rico e do pobre Lázaro.
O primeiro vive no luxo e egoísmo, e quando morre, acaba no inferno. O pobre, ao invés,
que come os restos da mesa do rico, quando morre é levado pelos anjos à morada eterna
de Deus e dos santos. “Bem-aventurados vós, os pobres - proclamou o Senhor aos seus
discípulos - porque vosso é o reino de Deus" (Lc 6:20).
“Mas a mensagem da
parábola vai além disso; recorda que enquanto estamos neste mundo, devemos escutar
o Senhor que nos fala através das Sagradas Escrituras e viver segundo a sua vontade,
caso contrário, após a morte, será tarde demais para se arrepender. Portanto, - continuou
o Papa - essa parábola nos diz duas coisas: a primeira é que Deus ama os pobres e
os alivia de suas humilhações; e a segunda é que o nosso destino eterno é condicionado
pelo nosso comportamento, depende de nós seguir o caminho que Deus tem nos mostrado
para chegar à vida, e esse caminho é o amor, não entendido como sentimento, mas sim
como serviço aos outros, na caridade de Cristo”.
Por feliz coincidência – observou
o Papa – nesta segunda-feira, 27 de setembro, celebra-se a memória litúrgica de São
Vicente de Paulo, patrono das organizações caritativas católicas, falecido há 350
anos.
“Na França de 1600, ele tocou com suas próprias mãos o forte contraste
entre os mais ricos e os mais pobres. De fato, como sacerdote, ele pode frequentar
seja os ambientes aristocráticos, seja o meio rural, como também as áreas mais mariginalizadas
de Paris. Impulsionado pelo amor de Cristo, - destacou o Santo Padre - Vicente de
Paulo soube organizar formas estáveis de serviço às pessoas marginalizadas, dando
origem às chamadas “Charitées”, a “Caridade”, isto é, grupos de mulheres que colocavam
seu tempo e os seus bens à disposição dos mais marginalizados”.
De entre essas
voluntárias - lembrou ainda Bento XVI -, algumas optaram por consagrar-se totalmente
a Deus e aos pobres. Foi assim que, com Santa Luísa de Marillac, São Vicente fundou
as “Filhas da Caridade”, primeira congregação feminina a viver a consagração “no mundo”,
no meio das pessoas, com os doentes e os necessitados.
Em seguida o Papa falou
do Amor com “A” maiúsculo, que dá a verdadeira felicidade! Demonstra-o outra testemunha,
uma jovem que ontem foi proclamada Bem-aventurada aqui em Roma.
“Falo de Chiara
Badano, uma jovem italiana nascida em 1971, e que uma doença a levou à morte em menos
de 19 anos, mas que foi para todos um raio de luz, como diz o seu sobrenome: “Chiara
Luce”, “Clara Luz”. Sua paróquia, a diocese de Acqui Terme e o Movimento dos Focolares,
ao qual ela pertencia, estão hoje em festa - e é uma festa para todos os jovens, que
podem encontrar nela um exemplo de coerência cristã. As suas últimas palavras, de
plena adesão à vontade de Deus, foram: “Mamãe, adeus. Seja feliz porque eu sou feliz”.
Demos graças a Deus, porque seu amor é mais forte do que o mal e a morte; e agradecer
à Virgem Maria que conduz os jovens também através das dificuldades e sofrimentos,
a apaixonarem-se por Jesus e a descobrir a beleza da vida.
Na conclusão o Papa
recordou que retorna ao Vaticano na próxima quinta-feira e concedeu a todos a sua
Benção Apostólica. (SP)