2010-09-25 17:40:07

IGREJA NA ALEMANHA ABRE DIÁLOGO SOBRE TABUS DA SEXUALIDADE DO CELIBATO


Berlim, 25 set (RV) – Na esteira da crise provocada pelo escândalo dos abusos contra menores, os bispos alemães estão dispostos a um "diálogo autocrítico" mais rigoroso em relação ao passado.
Na origem dessa iniciativa está um consistente êxodo de fiéis católicos – êxodo provocado pelos casos de pedofilia – que contribuiu, segundo a imprensa alemã, para que os bispos decidissem passar da crise à ofensiva. Afinal de contas, a Igreja é muito mais ampla do que o escândalo provocado por apenas alguns de seus ministros.
Mas aonde levará esse "diálogo"? – perguntam-se alguns comentaristas, para os quais, os temas a serem abordados são tantos, até mesmo o do uso de anticoncepcionais.
No momento, a Associação Federal dos Jovens Católicos Alemães considera a iniciativa dos bispos "excelente". Seu presidente, Dirk Taenzler, não tem dúvidas: "O diálogo é imprescindível para resolver juntos, as divergências" – disse ele, numa entrevista ao diário Frankfurter Rundschau, publicada neste sábado.
Suas palavras foram corroboradas pelo secretário-geral do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK), Stephan Vesper, para quem "é hora de resolver os problemas da Igreja".
A questão mais premente agora, todavia, é a que diz respeito ao ressarcimento das vítimas dos abusos. Ontem, ao término de uma reunião em Fulda, o presidente do Episcopado alemão, Dom Robert Zollitsch, arcebispo de Friburgo, anunciou sua adesão à proposta do Governo, de realizar uma mesa-redonda para estudar um ressarcimento às vítimas, sublinhando, porém, que "as vítimas não necessitam apenas de dinheiro – ressarcimento econômico – mas, sobretudo, de ajuda espiritual e de verem reconhecidos seus sofrimentos".
Dom Zollitsch acrescentou que o número de pessoas que reivindicam um ressarcimento financeiro é limitado. "E nós nos recusamos – enfatizou o prelado – a ver esse assunto reduzido a uma mera questão financeira." (AF)







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