2010-09-21 18:00:54

Vaticano manifesta «perplexidade» por alegado envolvimento em branqueamento de capitais


(21/9/2010) O Vaticano manifestou hoje “perplexidade e estranheza” perante as notícias que dão conta de uma investigação judicial a Ettore Gotti Tedeschi, presidente do Instituto para as Obras Religiosas (conhecido como o Banco do Vaticano).
A Procuradoria de Roma suspeita de branqueamento de capitais, num processo que já levou ao congelamento de 23 milhões de euros, acusando o IOR de ter omitido dados informativos. Normas adoptadas em 2007 obrigam os bancos a fornecer a identidade dos autores e a natureza da transacção, para prevenir terrorismo e lavagem de dinheiro.
“A Santa Sé manifesta perplexidade e estranheza pela iniciativa da Procuradoria de Roma, tendo em conta que os dados informativos necessários já estão disponíveis junto do serviço competente do Banco de Itália e operações análogas têm lugar correntemente com outros institutos de crédito italianos”, pode ler-se em comunicado divulgado pelo site do Vaticano.
Em causa está a alegada omissão, por parte de dois responsáveis do banco, dos nomes dos autores de transacções financeiras suspeitas.
Em comunicado oficial, a Secretaria de Estado do Vaticano lembra a sua “clara vontade” de gerir com “plena transparência o que respeita às operação financeira do Instituto para as Obras Religiosas”.
A nota assinala que o Vaticano “respeita todos os procedimentos financeiros destinados a prevenir terrorismo e branqueamento de capitais”.
O Instituto para as Obras Religiosas, pode ler-se, tem levado por diante os “encontros e contactos necessários” com os organismos competentes para a sua entrada na chamada “White List”.
O comunicado conclui com uma manifestação de "total confiança” em Ettore Gotti Tedeschi e também em Paolo Cipriani, director-geral do IOR.
Apesar de ser conhecido popularmente como o “Banco do Vaticano”, o IOR não tem objectivos especificamente bancários, pois os seus lucros são destinados a actividades religiosas e foi definido como uma "entidade central" da Igreja pelo Tribunal de Primeira Instância da Santa Sé, em 1987.








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