Roma, 15 set (RV) - São 925 milhões as pessoas que sofrem a fome crônica no
mundo apesar de ter-se registrado em 2010 uma diminuição de 9,6%, a primeira nos últimos
15 anos. O alarme foi lançado pela FAO, a Agência da ONU para a Alimentação e Agricultura
que apresentou na manhã de ontem em Roma, junto com o Programa Mundial de Alimentação
uma antecipação do seu último relatório sobre o estado da insegurança alimentar no
mundo, na véspera da reunião de cúpula da ONU sobre os Objetivos de desenvolvimento
do Milênio que se realizará de 20 a 22 de setembro: “objetivos que correm o risco
de não serem respeitados”, disse o Diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, que reafirmou
que a cada seis segundos uma criança morre por causa da falta de alimento.
“A
queda do número de pessoas que passam fome – explica o relatório – é em grande parte
devido à retomada econômica prevista para este ano, em particular nos países emergentes,
e à diminuição dos preços dos alimentos, registrada na metade de 2008”. “Mas com uma
criança que morre a cada seis segundos, por causa de problemas ligados à desnutrição
- denunciou Jacques Diouf – a fome continua sendo o escândalo e a tragédia de maior
proporção no mundo; é absolutamente inaceitável”.
Dois terços de pessoas desnutridas
vivem em somente sete países: Bangladesh, China, República Democrática do Congo, Etiópia,
Índia, Indonésia e Paquistão e mais de 40% se encontra somente na China e na Índia.
A região com o maior número de pessoas continua sendo a Ásia, com uma queda de 12%
em relação a 2009. A África subsaariana é a região com a proporção mais alta de pessoas
subnutridas: cerca de 30%. Nos países emergentes, 16% da população ainda hoje passa
fome.
A FAO, portanto, exorta os governos a encorajar o aumento dos investimentos
na agricultura, a ampliar os programas de assistência social e a melhorar as atividades
que criam renda para os países mais pobres. (SP)