2010-09-15 12:45:56

AUDIÊNCIA: PAPA FALA SOBRE SANTA CLARA E FAZ APELO PELA PAZ NO SUL DA ÁSIA


Cidade do Vaticano, 15 set (RV) - Bento XVI encontrou-se nesta quarta-feira, dia de Audiência Geral, na Sala Paulo VI, no Vaticano, com os fiéis e peregrinos provenientes de várias partes do mundo.

O Papa continuou o ciclo de catequeses dedicadas às grandes mulheres relevantes na história da Igreja, falando na audiência de hoje sobre Santa Clara de Assis, que viveu no século XIII.

Santa Clara nasceu em 1193 e pertencia a uma família aristocrática e rica. Renunciou à nobreza para viver humilde e pobre, adotando a forma de vida de São Francisco de Assis, seu contemporâneo. Aos 18 anos, Clara deixou a casa paterna e na companhia de sua amiga Bona di Guelfuccio, foi secretamente, no Domingo de Ramos de 1211, aos frades menores na pequena Igreja da Porciúncula, onde São Francisco cortou seu cabelo e ela vestiu o hábito penitencial.

Numa das quatro cartas que escreveu a Santa Inês de Praga, que queria segui-la, Clara fala de Cristo, seu dileto Esposo com expressões nupciais. "A espiritualidade de Santa Clara, a síntese de sua proposta de santidade é descrita na última carta escrita a Santa Inês de Praga, em que Clara convida a sua amiga a se refletir naquele espelho de perfeição de toda virtude que é o Senhor" – sublinhou o Papa em sua catequese.

"Como Clara e suas companheiras, várias mulheres no decorrer da história ficaram fascinadas pelo amor de Cristo que, na beleza de sua Divina Pessoa, encheu seus corações" – disse ainda o Santo Padre.

Bento XVI ressaltou que no princípio de sua experiência religiosa, Clara teve em São Francisco de Assis não somente um mestre, mas também um amigo fraterno. "Como São Francisco e Santa Clara, também outros santos viveram uma profunda amizade no caminho rumo à perfeição cristã, como São Francisco de Sales e Santa Joana Francisca de Chantal" – frisou o Papa.

Santa Clara morou com as primeiras companheiras na Igreja de São Damião onde os frades menores construíram um pequeno convento para elas. Naquele mosteiro, ela viveu mais de quarenta anos até sua morte, em 1253.

O Papa fez um resumo de sua catequese em português. A seguir, saudou os fiéis de língua portuguesa, sobretudo os provenientes do Brasil e Portugal, e concedeu a todos a sua bênção apostólica.

Queridos irmãos e irmãs,

Clara de Assis foi um verdadeiro clarão luminoso que brilhou na Idade Média, sendo uma das santas mais amadas pelo povo cristão. Seu profundo desejo de seguir Cristo e sua amizade fraterna e grande admiração por São Francisco de Assis a inspirou a deixar a vida aristocrática e rica da sua casa paterna para consagrar-se inteiramente a Cristo, pobre e humilde. Temos aqui um exemplo de como a amizade é um dos sentimentos humanos mais nobres e elevados, que a graça divina purifica e transfigura. Decidida a viver uma pobreza radical associada com uma confiança total na providência divina, conseguiu obter um privilégio papal para que, no seu convento de São Damião, ninguém possuísse qualquer propriedade material. Brilhou pela prática heróica da virtude da humildade, servindo a todas as irmãs com alegria, e pela sua grande fé na Eucaristia. Pela sua grande fama de santidade, foi canonizada somente dois anos após a sua morte.

A minha saudação a todos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente para os grupos vindos do Brasil e para os fiéis da Torreira e da diocese da Guarda, em Portugal. Que a graça de Deus, pela intercessão de Santa Clara, fortaleça a vossa vida para mostrardes a todos a felicidade que é amar Jesus Cristo. De coração, dou-vos a minha Bênção, extensiva às vossas famílias e comunidades. RealAudioMP3

No final da audiência o Papa fez um apelo contra a violência no sul da Ásia e pediu paz e respeito pela liberdade religiosa.

"Acompanho com preocupação os acontecimentos que se verificaram nestes dias em várias regiões do sul da Ásia, sobretudo na Índia, Paquistão e Afeganistão. Rezo pelas vítimas e peço que o respeito pela liberdade religiosa e a lógica da reconciliação e da paz prevaleçam sobre o ódio e a violência" - concluiu Bento XVI. (MJ)







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