Bogotá, 13 set (RV) - O governo colombiano não leva a sério o problema das
vítimas do conflito armado, que são milhões de pessoas deslocadas. A denúncia foi
feita pelo Secretário-geral da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), Dom Juan Vicente
Córdoba precisamente quando está em andamento a campanha da Igreja em favor das vítimas
de violência ”Porque nenhuma violência é estranha para mim”, lançada na última semana
na sede da Conferência Episcopal.
Uma iniciativa, disse o diretor da Caritas
colombiana, Dom Hector Fabio Henao, “iniciada há vários anos, coletando as expressões
das diferentes entidades e indivíduos que apóiam os esforços de paz na Colômbia”.
Em 2010, se realiza a terceira fase, na qual se deseja destacar o caráter ético da
situação das vítimas e sobretudo das pessoas deslocadas.
De acordo com o Secretário-geral
da Conferência Episcopal, Dom Juan Vicente Córdoba, que fez algumas declarações à
Rádio RCN, o Governo “não leva a sério” os 3,5 milhões de pessoas que com base em
estimativas foram forçadas a fugir de suas casas por causa do conflito. Uma cifra
que definiu “alarmante”.
A Corte Constitucional colombiana, por sua vez, advertiu
na semana passada que, entre 2004 e 2009 o número de deslocados aumentou de 1,5 para
4 milhões de pessoas. Uma cifra que pode ser ainda maior, de acordo com o Consultório
para os Direitos Humanos e o Deslocamento (Codhes). “Precisamos de um projeto consistente
que o país veja”, exortou Dom Córdoba. “Devemos levar avante planos dos governos municipais
e nacional, e isso é bom, mas não se está levando a sério o problema”, disse o prelado,
que pediu um plano “consistente” que envolva projetos de habitação, de ação social,
de formação, trabalho, de acompanhamento e prevenção da delinqüência. (SP)