PAPA A NOVOS BISPOS: SIRVAM IGREJA COM AMOR, SEM SEGUIR CATEGORIAS MUNDANAS
Castel Gandolfo, 11 set (RV) - O episcopado é um serviço de amor: foi o que
ressaltou Bento XVI no discurso da manhã deste sábado, em Castel Gandolfo, aos bispos
nomeados nos últimos dois anos, que participaram do Curso promovido pela Congregação
para a Evangelização dos Povos.
Em seguida, o Pontífice exortou os prelados
a não considerarem seu ministério segundo categorias mundanas. A saudação ao Papa
foi feita pelo Prefeito do referido organismo vaticano, Cardeal Ivan Dias.
"A
vida do bispo deve ser uma oblação contínua a Deus pela salvação de sua Igreja" e
"das almas que lhe foram confiadas" – afirmou Bento XVI.
O Papa assegurou que
a "Igreja deposita muitas esperanças" nos novos bispos e dirigiu um pensamento particular
àqueles, entre eles, que "vivem a sua fé em contextos difíceis", onde, por vezes,
se verificam "formas de perseguição". O Papa se deteve sobre a doação pessoal a Deus
e aos fiéis, "verdadeira dignidade do Bispo", e chamou a atenção no sentido de se
evitar equívocos em relação ao ministério episcopal:
"De fato, o episcopado
– como o presbiterato – jamais deve ser entendido segundo categorias mundanas. Ele
é serviço de amor. O Bispo é chamado a servir a Igreja com o estilo do Deus feito
homem, tornando-se sempre mais plenamente servo do Senhor e servo da humanidade."
O
Santo Padre evidenciou assim o "dever primário do anúncio, acompanhado da celebração
dos Sacramentos", e que deve ser sempre reforçado pelo testemunho de vida:
"Aqueles
que são chamados ao ministério da pregação devem crer na força de Deus que brota dos
Sacramentos e que os acompanha na tarefa de santificar, governar e anunciar; devem
crer e viver aquilo que anunciam e celebram."
Mas onde o bispo pode encontrar
a força para conduzir o seu rebanho, para proclamar a Boa Nova?
"Para imitar
Cristo é necessário dedicar um tempo adequado para "estar com Ele" e contemplá-lo
na intimidade orante do colóquio de coração para coração. Colocar-se constantemente
na presença de Deus, ser homem de oração e de adoração: em primeiro lugar, o Pastor
é chamado a isso."
Sei que as Comunidades aos senhores confiadas se encontram
"nas fronteiras" religiosas, antropológicas e sociais e, em muitos casos, são presença
minoritária – disse ainda o Santo Padre. Nesses contextos – reconheceu – "a missão
de um bispo é particularmente árdua". Em seguida, Bento XVI fez uma exortação.
Mas
"é justamente em tais circunstâncias que, mediante o seu ministério, o Evangelho pode
mostrar toda a sua potência salvífica":
"Os senhores não devem ceder ao pessimismo
e ao desencorajamento, porque é o Espírito Santo que conduz a Igreja e lhe dá, com
o seu sopro possante, a coragem de perseverar e também de buscar novos métodos de
evangelização, para alcançar âmbitos até então inexplorados. A verdade cristã é atraente
e persuasiva justamente porque responde à necessidade profunda da existência humana,
anunciando de modo convincente que Cristo é o único Salvador do homem todo e de todos
os homens." (RL)