2010-09-09 11:53:04

VATICANO CONDENA AÇÃO CONTRA O ALCORÃO


Cidade do Vaticano, 09 set (RV) - O Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso acolheu com “profunda preocupação” a notícia da proposta lançada por uma comunidade evangélica dos Estados Unidos, de um dia de queima do Alcorão, o “Koran Burning Day”, no próximo dia 11 de setembro, aniversário dos trágicos atentados terroristas de 2001, que causaram muitas vítimas inocentes e enormes danos materiais.

“Àqueles desprezíveis atos de violência - afirma um comunicado do organismo vaticano - não se pode pôr remédio com um gesto de grave ultraje ao livro considerado sagrado por uma comunidade religiosa. Toda religião, com seus livros sagrados, locais de culto e símbolos tem direito ao respeito e à proteção: trata-se do respeito devido à dignidade das pessoas pelas suas livres escolhas em matéria religiosa”.

“A necessária reflexão que se impõe a todos na recordação do 11 de setembro - continua o comunicado do organismo – renova, antes de tudo, os nossos sentimentos de profunda solidariedade para com as pessoas atingidas pelos terríveis atentados terroristas. A esses sentimentos se unem nossas preces por eles e pelos entes queridos que perderam suas vidas. Todos os líderes religiosos e todos as pessoas que crêem são também chamados a renovar a firme condenação a toda forma de violência, especialmente a violência feita em nome da religião”.

João Paulo II - recorda o comunicado - afirmou que “o uso da violência em nome de uma crença religiosa é uma perversão dos ensinamentos das grandes religiões" (Discurso ao novo Embaixador do Paquistão, 17/12/1999), enquanto Bento XVI declarou que “a intolerância e a violência nunca podem ser justificadas como respostas às ofensas, porque não são compatíveis com os princípios sagrados da religião” (Discurso ao novo embaixador de Marrocos, 20/02/2006).

Por sua vez, os representantes de várias religiões nos Estados Unidos, incluindo o Arcebispo emérito de Washington, Cardeal Theodore McCarrick, condenaram veementemente em uma declaração conjunta a proposta do “Koran Burning Day”, lançada por uma comunidade evangélica, na Flórida, denunciando fortemente o que foi definido “agitação anti-muçulmana”. “Esse não é o verdadeiro Estados Unidos - disse o Cardeal McCarrick - nunca foi e nunca será. O que dizemos neste documento é que, para nós os Estados Unidos verdadeiros são um lugar onde as religiões são respeitadas”. (SP)








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