Na audiência geral, Papa fala de Hildegarda de Bingen e refere-se amplamente à viagem
que fará ao Reino Unido de 16 a 19 de Setembro
Bento XVI disse hoje aguardar com expectativa a viagem ao Reino Unido (na próxima
semana) e agradeceu os preparativos em curso no país. “Sei que tem sido realizado
um vasto trabalho de preparação para a visita, não apenas pela comunidade católica,
mas também pelo Governo, as autoridades locais na Escócia, Londres e Birmingham, os
meios de comunicação social e os serviços de segurança”, afirmou Bento XVI, que exprimiu
o seu apreço pelos “esforços que têm sido feitos para assegurar que os vários eventos
programados se convertam em celebrações verdadeiramente jubilosas”. O Papa falava
na Aula Paulo VI, do Vaticano, na intervenção em língua inglesa, na audiência geral
desta quarta-feira. Bento XVI fez questão de agradecer “às inúmeras pessoas que têm
rezado pelo sucesso da visita e por uma grande efusão da graça de Deus pela Igreja
e pela população da vossa nação”. A beatificação de John Henry Newman (1801-1890),
a que o Papa vai presidir no dia 19 de Setembro, em Birmingham, foi outros dos aspectos
referidos. Elogiando a “exemplar vida sacerdotal” do cardeal inglês que deixou a Igreja
anglicana e se converteu ao catolicismo em 1845, o Papa recordou que os escritos de
Newman constituem uma “contribuição duradoura para a Igreja e a sociedade na sua terra
natal e em muitas outras partes do mundo”. “Tenho esperança e rezo para que mais e
mais pessoas beneficiem da sua suave sabedoria e sejam inspiradas pelo seu exemplo
de integridade e santidade de vida”, afirmou o Papa, sublinhando que a beatificação
vai constituir para ele um momento de “particular alegria”. Como tinha feito já
na semana passada, Bento XVI dedicou a catequese desta audiência geral à mística beneditina
medieval alemã, Hildegarda de Bingen (1098-1179). Eis as suas palavras em português:
“Queridos
irmãos e irmãs, Santa Hildegarda, importante figura feminina da Idade Média, distinguiu-se
pela sua sabedoria espiritual e santidade de vida. Nos seus escritos e contactos,
sublinha a profunda relação entre o homem e Deus, recordando que toda a criação, em
cujo vértice está o ser humano, recebe vida da Santíssima Trindade. Quando Frederico
Barba-Ruiva causou um cisma eclesial, opondo vários antipapas ao Papa legítimo Alexandre
III [terceiro], Hildegarda recorda ao imperador que também ele estava sujeito ao juízo
de Deus. E a quantos invocavam uma reforma radical da Igreja pondo em risco a sua
verdadeira natureza, lembra que uma autêntica renovação não se obtém tanto com a mudança
das estruturas como sobretudo com um sincero espírito de penitência e um real caminho
de conversão. Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha saudação fraterna
e agradecida para todos, com menção especial para os grupos de fiéis da Amora em Portugal,
e das paróquias do Divino Espírito Santo e São João Batista no Rio de Janeiro, Santa
Rita de Cássia e Nossa Senhora Mãe da Igreja em Belo Horizonte. Esta peregrinação
a Roma fortaleça, nos vossos corações, o sentir e o viver em Igreja, a exemplo de
Santa Hildegarda, sob o terno olhar da Virgem Mãe. A Ela confio os anseios bons que
aqui vos trouxeram. O Papa ama-vos, e a todos abençoa no Senhor.”