Cidade do Vaticano, 08 set (RV) - No último domingo, Bento XVI fez uma visita
pastoral a Carpineto Romano, na diocese italiana de Anagni- Alatri, por ocasião dos
200 anos de nascimento de Vincenzo Gioacchino Pecci, Papa Leão XIII.
Vamos
recordar mais um pouco, hoje, em nosso espaço de Memória Histórica, o Papa Leão XIII
e a influência de seu magistério social nas encíclicas dos sucessivos papas. Ele nasceu
em Carpineto Romano, em 2 de março de 1810, e faleceu em 20 de julho de 1903.
Leão
XIII escreveu várias encíclicas. Dedicou ao tema da escravidão, a encíclica Catholicae
Ecclesiae, de 1890, onde pedia com veemência o compromisso de todos os católicos
para desarraigar a chaga da escravidão, condenando o seqüestro de cerca de 400 mil
africanos que a cada ano eram tirados a força de seus povoados.
Leão XIII é
o Papa da encíclica Rerum Novarum de 1891 sobre a Condição dos Operários, a
primeira encíclica social da Igreja, da qual falamos na semana passada.
O
magistério social de Leão XIII foi retomado pelo Papa Pio XI na Encíclica Quadragésimo
Anno, de 1931, no 40° aniversário da Rerum Novarum. Nessa encíclica Pio
XI afirma o fundamental princípio da subsidiariedade. Depois o Papa Pio XII em freqüentes
mensagens radiofônicas retoma a questão social em temas relativos à colaboração internacional,
paz e destino universal dos bens.
O Papa João XXIII na Encíclica Mater
et Magistra de 1961, examina os progressos da questão social à luz da doutrina
cristã e dedica a Encíclica Pacem in terris de 1963, à construção de uma ordem humana
fundada na paz entre todas as nações, na verdade, na justiça, no amor e na liberdade.
Depois disso veio a Constituição Pastoral Gaudium et spes, em 1965,
sobre a missão da Igreja no mundo contemporâneo em relação aos sinais dos tempos e
examina questões como família, trabalho, economia, cultura, paz e cooperação internacional.
Com
a Populorum Progressio de 1967, o Papa Paulo VI enfatiza a dimensão solidária
da humanidade através da fraternidade entre os povos e a ajuda organizada aos países
pobres.
João Paulo II na Encíclica social Laborem exercens, de 1981,
analisa o tema do trabalho humano e a sua centralidade no desenvolvimento orgânico
da ação e do ensinamento social da Igreja, refletindo sobre a concepção do trabalho
à luz da mensagem do Evangelho e a dignidade do ser humano que permanece o sujeito
e o objetivo do trabalho.
Depois João Paulo II com a Sollicitudo rei socialis,
de 1987, celebra os 20 anos da Populorum Progressio de Paulo VI, sublinhando o caráter
ético e cultural da problemática relativa ao desenvolvimento e evidenciando as persistentes
desigualdades, começando pelo aumento da distância entre norte e sul do mundo.
A
cem anos da Rerum Novarum, João Paulo II na Centesimus Annus, de 1991,
fala numa nova ordem mundial fundada na transcendência da pessoa humana e aborda nessa
encíclica temas como o destino universal dos bens, a tutela da família, o fenômeno
do consumismo, a adoção de estilos de vida nocivos, o consumo da droga e a questão
ecológica.
Enfim, Bento XVI com a Caritas in veritate, de 2009, sobre
o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade, aborda as problemáticas
atuais do desenvolvimento à luz da caridade, via mestra da doutrina social da Igreja.
(MJ)