Tegucigalpa, 08 set (RV) - "Ser migrante é um direito das pessoas; até o próprio
Jesus, com Maria e São José, foram imigrantes em sua época, quanto tiveram que partir
para o Egito; o fizeram por uma causa justa, obrigados, e não foram bem vistos nem
bem acolhidos” – foi o que disse o bispo auxiliar da Arquidiocese de Tegucigalpa,
em Honduras, Dom Juan José Pineda Fasquelle, numa missa celebrada no último domingo
na Catedral do país.
Nesse mesmo dia, foram celebradas em suas comunidades
paroquiais, as exéquias dos imigrantes mortos no Estado mexicano de Tamaulipas, onde
foram executadas 72 pessoas provenientes da América Central e do Sul.
O bispo
expressou solidariedade ao mundo dos imigrantes, evidenciando o trabalho das irmãs
escalabrinianas em Honduras, onde acolhem os hondurenhos deportados: "sem esperar
nada em troca, elas se empenham pelos outros, principalmente pelos migrantes. Ninguém
pode ignorar a realidade dos imigrantes, de modo especial o massacre de 72 pessoas
em Tamaulipas" – frisou Dom Fasquelle.
O prelado pediu aos fiéis para que busquem
viver na fraternidade, "porque quem vive vendo inimigos em todo lugar, vive na defensiva,
vive atacando os outros, e não pode viver na paz. Devemos criar um mundo de paz, no
qual viver como irmãos" – ressaltou.
O grupo de imigrantes encontrados mortos
em Tamaulipas teria sido seqüestrado enquanto chegava à área de confim. Em geral,
os bandos, além de roubar o que os estrangeiros levam consigo, os obrigam a contatar
seus parentes nos Estados Unidos para pedir mais dinheiro.
Até agora, não foi
feito muito para combater esta rede internacional de tráfico provavelmente porque
as vítimas quase sempre não possuem documentos e nenhuma tutela por parte do Estado,
sendo excluídas das preocupações humanitárias. (MJ)