Cidade do Vaticano, 07 set (RV) - Uma carta de agradecimento ao Papa Bento
XVI por sua solicitude para com a Igreja na Ásia e uma mensagem final, para reafirmar
que a contribuição cristã é essencial para a sociedade moderna: esses os dois documentos
finais elaborados pelo Congresso de Leigos Católicos da Ásia, que se concluiu no domingo,
em Seul, Coréia do Sul. Organizado pelo Pontifício Conselho para os Leigos, o Congresso
refletiu sobre o tema da evangelização do continente asiático.
Vivemos
em tempos difíceis, parece que quase em todos os lugares a Igreja encontra fortes
ventos contrários , temos medo de naufragar. Mas Cristo e o Papa estão firmes no timão
do barco, guiando com cuidado e serenidade, carregando o peso da Cruz e nos aproximando
de Deus. Esta é a imagem comovente que o Congresso de leigos católicos da Ásia descreve
em sua carta a Bento XVI. “Santidade – lê-se na carta - fomos tocados pelo seu amor
paternal e por sua proximidade”, sinais tangíveis “do ministério universal e do cuidado
missionário incansável do Sucessor de Pedro”. “Mesmo imersos em uma sociedade que
está sofrendo profundas alterações – continua a carta - estamos cientes da nossa contribuição
na construção da comunidade cristã, da nossa vocação à caridade para o bem de todos
na Ásia”. A carta termina com um forte pedido ao Santo Padre para que ele recorde,
na oração de todas as heróicas testemunhas de fé no continente, como também das famílias,
das associações e movimentos que, com esperança e amor, proclamam a Palavra de Deus.
E
uma forte tomada de consciência da importância do papel dos leigos católicos também
emerge da Mensagem final do Congresso: "Nós somos um pequeno rebanho – lê-se no texto
- que não tem complexo ou medo de ser uma minoria. Nós não queremos ficar confinados
dentro dos muros das igrejas, mas sentimos o chamado a sermos sal e luz do continente
asiático”. Por isso, os leigos católicos afirmam: “Queremos ser ativos protagonistas
na vida da Igreja local, em comunhão com nossos bispos”; “somos poucos, mas mesmo
assim estamos presentes em toda parte, impulsionados pelo amor por todos os nossos
irmãos na Ásia sem exceção ou discriminação. Estamos orgulhosos da riqueza de nossas
antigas tradições culturais, e motivados a compartilhar nossa fé em Jesus Cristo,
realização de toda aspiração humana”.
Certamente – lê-se ainda na Mensagem
final - a Ásia vive um processo sem precedentes de crescimento e de transformação
social, econômica e demográfica. Mas é preciso enfrentar os problemas da promoção
da liberdade, da justiça, da solidariedade e do desenvolvimento de condições de vida
mais humana. À luz disto, os leigos estão convencidos da contribuição cristã, “única
e essencial” para o bem do continente.
Por essa razão, os católicos
se comprometeram a renovar os esforços para compartilhar a experiência cristã na sociedade.
Mas atenção – destaca-se no documento -, “isto não é marketing estratégico ou proselitismo
fanático, mas simplesmente o fruto do encontro com Jesus”, que faz brotar naturalmente
“o desejo de levar esta graça aos outros”.
Mesmo diante dos mártires,
das vítimas do fundamentalismo, dos perseguidos por causa de sua fé – exorta a Mensagem
- é preciso “ter coragem“, “e deixar-se fascinar por Cristo”, através da escuta de
Sua Palavra, para que todos possam tornar-se um colaborador “indispensável na vida
da Igreja” traçando “novos caminhos para o Evangelho na sociedade”.
“Somos
portadores do bem supremo para o povo da Ásia de hoje e de amanhã”, conclui o documento
final do Congresso, e “nós somos convidados a partilhar com os demais o grande tesouro
que é Jesus Cristo”. Enfim, a Mensagem confia todos os fiéis a Maria, “a estrela luminosa
da nova evangelização”. (SP)