PAQUISTÃO: CARITAS ENGAJADA NA AJUDA AOS DESLOCADOS
Islamabad, 06 set (RV) - A Caritas-Paquistão continua seu trabalho em favor
das vítimas das enchentes no país.
"O trabalho da Caritas prossegue. Estamos
preocupados e agimos com prudência. Em algumas áreas, como no norte do país, nossos
voluntários estão muito atentos e se movimentam segundo indicações das forças de segurança"
– explica a secretária executiva da Caritas Paquistão, Anila Gill.
O país está
novamente em alarme por causa dos atentados terroristas que atingiram Lahore e Quetta
nos últimos dias. "O trabalho da Caritas prossegue incansavelmente em todas as direções,
em todas as dioceses e sem alguma discriminação" – ressalta o bispo de Hyderabad,
Dom Max John Rodrigues.
"Na diocese, ajudamos todas as pessoas. Muitos religiosos
e voluntários católicos estão trabalhando no território. Vejo muita solidariedade:
muçulmanos, cristãos e hinduístas estão unidos no sofrimento" – frisou o prelado.
A
respeito dos problemas dos dias passados sobre a discriminação em detrimento dos cristãos
e águas desviadas que prejudicaram mais pobres – Dom Rodrigues disse que "os grupos
de caridade islâmica se defendem alegando que segundo sua doutrina, a coleta da zakhat,
a esmola islâmica, deve ser destinada exclusivamente aos muçulmanos. Não se pode esquecer
que o país há um quadro geral de discriminação das minorias e dos trabalhadores mais
simples. É uma mentalidade comum que pode repercutir também nesta tragédia. Sobre
o fato de que os ricos tenham vantagem sobre os pobres, salvando as próprias terras,
isto é um fato grave do qual o governo deve se ocupar" – disse ainda o bispo.
A
Comunidade de Santo Egidio, em Islamabad, organizou planos de ajudas de emergência
na cidade de Noshera. O responsável pelo grupo, Stephen Masih, disse que a "cidade
está completamente destruída. Estamos ajudando centenas de famílias muçulmanas. Levamos
alimentos, tendas e principalmente água potável. Os refugiados cristãos já foram acolhidos
nas igrejas. A área é uma das mais arriscadas em caso de ataques terroristas."
"Somos
cautelosos, mas não temos medo. Servir estas pessoas pobres é a coisa mais importante"
– ressaltou Masih. Entretanto, multiplicam-se no mundo as iniciativas de ajuda em
favor do Paquistão. Ontem, domingo, a Conferência Episcopal alemã promoveu um dia
especial de oração e solidariedade com uma coleta de verbas nas missas. (MJ)