CARDEAL RYLKO: EVANGELIZAÇÃO É RAZÃO DE SER DA IGREJA
Seul, 04 set (RV) - Entra na reta final o Congresso dos leigos católicos da
Ásia, em andamento em Seul, na Coreia do Sul. De fato, amanhã, domingo, se terá a
missa conclusiva na catedral da cidade, ao término da qual todos os participantes
receberão um mandato missionário para a evangelização na Ásia. Os trabalhos foram
concluídos esta manhã pelo Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal
Stanislaw Rylko. O Congresso foi organizado pelo referido organismo vaticano.
Esperança:
esse é o denominador comum do Congresso, disse o Cardeal polonês. E essa esperança
tem um nome, o nome de Deus, o único capaz de derrotar o "esmorecimento profundo"
e "o niilismo prático" do qual a humanidade pós-moderna é vítima. A grande missão
dos cristãos na Ásia, então, é anunciar a esperança ao Continente, sobretudo onde
a liberdade religiosa é negada, porque "a evangelização não é uma atividade acessória,
mas a razão de ser da Igreja" – reiterou o purpurado.
O Cardeal Rylko chamou
a atenção para o fato que a evangelização não significa reduzir tudo a um diálogo
aplainado ou a uma simples obra de promoção humana. Não: evangelizar significa olhar
três "leis fundamentais", reiteradas vezes recordadas no passado pelo então Cardeal
Ratzinger.
A primeira é a lei da expropriação, que nos diz que evangelizar
"jamais é uma questão privada, porque por trás estão sempre Deus e a Igreja".
A
segunda norma diz respeito à humildade: como um grão de mostarda, quem anuncia o Evangelho
deve ser humilde e somente assim saberá reagir ao desencorajamento que pode atingir
o empenho missionário.
Por fim, a terceira lei nos recorda a importância dos
mártires, aqueles que, como o grão de trigo, morrem para dar fruto.
Em seguida,
o Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos se deteve sobre o tema da inculturação
do Evangelho e reiterou que, longe de sincretismo, a fé não se identifica com nenhuma
cultura, mas, pelo contrário, é capaz de impregnar toda cultura.
O purpurado
destacou ainda como central também a questão da formação, direito-dever dos leigos
e no qual "a presença e a contribuição das mulheres" é cada vez mais importante. Ressaltou
ainda que a formação dos leigos deve ser feita sobretudo nas paróquias, "verdadeiras
academias de vida cristã", e nos "movimentos eclesiais", desde que sejam "inseridos
com humildade na vida das Igrejas locais".
O último ponto tratado pelo Cardeal
Rylko foi o da santidade, que "não é uma utopia", mas fascinante meta que Cristo prospecta
a todos os batizados". "Os santos são grandes mestres de vida cristã – ressaltou –
infundem-nos a coragem de investir toda a nossa vida em Deus e desafiam-nos a sairmos
de uma mediocridade que nos torna propensos a acolhermos a cultura laicista dominante".
Concluindo,
o purpurado polonês fez um agradecimento final às comunidades cristãs sofredoras,
as mais pobres ou privadas da liberdade religiosa. O Congresso expressou-lhes proximidade
e amor, reiterando que a Igreja não as abandonou, mas, pelo contrário, as coloca numa
posição privilegiada. (RL)