Bujumbura, 30 ago (RV) - Pierre Nkurunziza, reeleito recentemente presidente
do país africano de Burundi, nomeia seus novos ministros, mantendo o equilíbrio étnico
entre hutus e tutsis, previsto pela Constituição.
As nomeações foram feitas
na noite de ontem, 29 de agosto. Dos 21 que compõem o parlamento, 11 são novos. Os
ministérios-chave do país, que são os do Interior, Exterior, Finanças e Funções Públicas
não trocaram de titulares.
Os ministros escolhidos pertencem aos três partidos
que obtiveram mais de 5% dos votos nas últimas eleições legislativas, como também
está previsto na Constituição.
De acordo com o porta-voz do presidente, Léonidas
Atungimana, o governo está respeitando o equilíbrio étnico exigido pela Carta Magna,
ou seja, 60% das cadeiras para pertencentes à etnia hutu e 40% àquela tutsi, e mais
de 40% para mulheres.
As etnias tutsis e hutus sempre estiveram em conflitos
pelo poder do país, mas estes se agravaram após a colonização européia. Após a independência,
a rivalidade aumentou muito e os confrontos fizeram milhares de vítimas e refugiados.
Houve sucessivas guerras e alternâncias de poder.
Uma das piores da história
do Burundi foi a de outubro de 1993, quando oficiais tutsis fuzilaram o primeiro presidente
eleito democraticamente, o oposicionista hutu Melchior Ndadaye, no cargo havia quatro
meses. Os hutus reagiram e estourou uma guerra civil violentíssima, causando a morte
de mais de 200 mil pessoas. Mais de 1 milhão tiveram de refugiar-se nos países visinhos.
Pierre
Nkurunziza é presidente desde 2005. Seu partido, o CNDD, era um grupo rebelde hutu,
que se fez partido político. (ED)