JAPÃO: ENCONTRO DE MISSIONÁRIOS QUE TRABALHAM COM MIGRANTES BRASILEIROS
Tóquio, 30 ago (RV) - Realiza-se na sede da Conferência Episcopal do Japão,
em Tóquio, de 14 a 16 de setembro próximo, a Assembléia Anual de Missionários que
exercem o apostolado em comunidades com migrantes brasileiros.
Além de ser
uma oportunidade de apoio, de partilha de experiências missionárias, de busca de melhores
estratégias para servir o povo migrante, haverá tempo também para se debruçarem sobre
o tema da formação de comunidades eclesiais e da pastoral das migrações.
O
novo presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral dos Migrantes, Refugiados e
da Mobilidade Humana, Dom Michael Goro Matsuura, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de
Osaka, estará presente no encontro e fará uma palestra ao grupo. Será também uma oportunidade
para dialogar sobre as necessidades pastorais mais urgentes para os migrantes brasileiros.
Na
ocasião, será eleita a nova Comissão de Coordenação da Comissão de Agentes de Pastoral
Brasileira que ficará encarregada de levar adiante as iniciativas e participar das
reuniões da Comissão Episcopal.
As comunidades brasileiras sempre sofreram
com a falta de missionários e o pouco engajamento dos leigos. Para agravar ainda mais
a situação, de algum tempo para cá as coisas pioraram ainda mais devido à crise econômica
que forçou o retorno de muitos servidores das comunidades, catequistas e coordenadores
às terras de origem. Com o retorno recente de dois missionários, um ao Brasil, outro
a Portugal e um terceiro que nos deixará em breve, a sensação é de desolação e de
abandono. Algumas comunidades até deixaram de existir.
A Assembléia Anual de
Missionários se concluirá com a celebração da missa de ação de graças pelo longo e
bonito apostolado do sacerdote jesuíta brasileiro Pe. Vendelino Lordsheiter falecido
este ano aos 86 anos de idade, 54 dos quais dedicados à missão no Japão.
Ele
foi um ícone de dedicação, ajudando imigrantes japoneses com destino ao Brasil, logo
depois da Segunda Guerra Mundial e acolhendo seus descendentes a partir da década
de 90 quando se desencadeou a corrida para o Oriente, em busca de emprego, o que o
transformou numa referência de dois movimentos migratórios. (MJ⁄Pe. Olmes Milani)