2010-08-29 13:50:59

NEPAL: PREOCUPAÇÃO PELA LIBERDADE RELIGIOSA


Katmandu, 29 ago (RV) - Cresce entre os cristãos e outras minorias religiosas no Nepal a preocupação pelo futuro da liberdade religiosa no país, há quase dois meses sem um governo, após a renúncia do Primeiro-ministro Madhav Kumar, que renunciou em 30 de junho passado. O temor é que o impasse político atual e o adiamento contínuo da aprovação da sua primeira Constituição democrática possam provocar novas discussões sobre a laicização do país que começou em 2006, após a crise que levou ao fim da monarquia.



Crescer, de fato, as pressões de alguns setores hinduístas que gostariam de restaurar o hinduísmo como religião de Estado. A questão esteve no centro de um fórum inter-religioso organizado nos dias passados em Katmandu pela comunidade católica, durante o qual cerca de 50 sacerdotes, religiosos e religiosas, confrontaram as suas preocupações com outros líderes cristãos, muçulmanos, budistas e hindus. Nos vários discursos feitos, foi discutido o perigo crescente do fundamentalismo religioso que ameaça a paz no Nepal. Os participantes concordaram sobre a importância de defender a igual dignidade de todas as religiões no país, porque “os problemas começam justamente quando uma religião afirma a superioridade sobre a outra”.



Satisfeito com o encontro, o coordenador da iniciativa, o Padre jesuíta José Jomon: “Espero que este intercâmbio ajude os católicos a se lembrarem de dar uma contribuição ativa para o atual debate e a fazerem ouvir as suas opiniões”, disse em entrevista à "agência Ucan. A presença católica no Nepal, um país de 80% de hindus, remonta aos anos 50, quando os jesuítas abriram uma escola na capital Katmandu.



Até 2006, a Igreja concentrou suas atividades, principalmente nas atividades sociais e educacionais, atividades que sempre desempenhou com discrição por causa da proibição imposta aos missionários católicos de fazer proselitismo. Antes disso, de fato, as conversões de uma religião para outra era ilegal e punível com a prisão. Hoje, os católicos são cerca de 7.500 em uma população de 28,5 milhões de habitantes. No total os cristãos são cerca de um milhão e meio. Os muçulmanos, ao invés, são cerca de 4% da população. (SP)








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