Königstein, 28 ago (RV) - “Em primeiro lugar olhar para os fiéis e, depois
cuidar das igrejas”: assim o Núncio Apostólico no Haiti, Arcebispo Dom Bernardita
Auza, restabeleceu as prioridades entre a reconstrução do país e o cuidado à população,
durante uma sua visita à sede da Associação caritativa Ajuda à Igreja que Sofre (AIS),
em Königstein, na Alemanha.
O prelado sublinhou o importante papel que a Igreja
tem na ilha no campo da educação, uma vez que mantém mais da metade das escolas do
país: “A instrução e uma educação cristã são a chave para o verdadeiro desenvolvimento
do país, especialmente porque as escolas administradas pela Igreja sempre foram melhores
do que aquelas dirigidas pelo Estado”. Ao agradecer as ajudas recolhidas pela Ajuda
à Igreja que Sofre, o prelado citou como causas do atraso nos progressos de reconstrução,
há mais de seis meses da tragédia ocorrida em 12 de janeiro, a falta de infra-estruturas,
o colapso da administração pública e a corrupção generalizada.
Os números
da tragédia foram divulgados pelo Primeiro-ministro do Haiti, Jean Max Bellerive,
em visita à vizinha República Dominicana: 700 mil haitianos ainda vivem em acampamentos;
os mortos foram 300.000, o mesmo número de feridos, e um milhão os desabrigados. “O
processo de recuperação é lento, mas seguro - foram suas palavras – e o governo fixou
o objetivo de reconstruir o país”.
Enquanto isso foram propostos projetos
internacionais no valor total de um bilhão e 600 milhões de dólares; esse o compromisso
da comunidade para como país mais pobre da América Latina. Destes, 904 milhões foram
destinados a projetos específicos do governo de Port-au-Prince - onde 70% dos edifícios
foram destruídos pelo terremoto - nos setores da agricultura, energia, infra-estrutura,
educação e saúde. (SP)