Roma, 27 ago (RV) - O processo de canonização de Madre Teresa de Calcutá encontra-se
à espera da confirmação de um milagre para poder avançar, revelou à agência ECCLESIA
o Cardeal José Saraiva Martins. O Prefeito emérito da Congregação para a Causa dos
Santos explica que, neste momento, a situação não depende da Santa Sé e deste Dicastério
da Cúria Romana. “Enquanto não for apresentado à Congregação uma cura considerada
milagrosa, a Santa Sé não pode fazer nada”, afirma o Cardeal português, precisando,
no entanto, que a causa não está parada.
Madre Teresa de Calcutá foi beatificada
em 2003, seis anos após a sua morte, depois de João Paulo II ter dispensado o período
de espera de cinco anos determinado pelo Direito Canônico. Em 2007 foram analisados
alguns possíveis milagres, mas a causa de canonização concluiu que não poderiam ser
apresentados ao Vaticano e os responsáveis pela Igreja Católica na Índia confirmaram,
nos últimos dias, que ainda não se verificou uma cura julgada “aceitável”.
Madre
Teresa de Calcutá, fundadora da Congregação das Missionárias da Caridade, faleceu
no dia 5 de setembro de 1997. A mãe dos pobres, como ficou conhecida, foi beatificada
em outubro de 2003 por João Paulo II. Quase sete anos depois da beatificação, ainda
não foi possível validar uma cura que a medicina atual não consiga explicar, passo
essencial para que o processo avance.
Nesta, como em qualquer causa de canonização,
após exame profundo da documentação realizada pelos teólogos e especialistas, compete
ao Papa declarar a heroicidade das virtudes, a autenticidade dos milagres e a canonização.
A
Superiora Geral das Missionárias da Caridade, Irmã Mary Prema, disse em entrevista
à Agência Fides que não está preocupada com esta situação, afirmando que “todo o mundo
sabe” que Madre Teresa “é santa” e que a própria fundadora da Congregação “era o milagre
para o mundo e para a humanidade”. (SP)