La Paz, 26 ago (RV) - O Congresso boliviano aprovou, nesta quarta-feira, dia
25, leis para declarar patrimônio "cultural e imaterial" cinco danças folclóricas
do Planalto Andino, diante de uma suposta "usurpação" das mesmas por parte de países
vizinhos, como Chile e Peru.
As danças "La Morenada", "Los Caporales", "La
Llamerada", "La Kullawada" e "Saya Afroboliviana" foram defendidas pela lei, pois,
segundo a Câmara dos Deputados, estavam "desprotegidas" pelo Estado, "à mercê de processos
de globalização e expostas à apropriação por parte de outros países".
Alguns
parlamentares promoveram as leis de proteção das danças, argumentando uma suposta
"usurpação" do "acervo cultural do povo boliviano por parte de países vizinhos como
Peru e Chile, entre outros".
As leis ordenam que o governo do Presidente Evo
Morales "identifique, documente, proteja, promova, valorize e transmita" essas danças,
para evitar que outros países, segundo os parlamentares, continuem "plagiando a cultura
boliviana".
A ministra boliviana da Cultura, Zulma Yugar, que discursou na
sessão do Congresso, destacou que a aprovação das novas normas permitirá "dizer ao
mundo que essas danças pertencem ao território nacional".
Há alguns anos,
Bolívia e Peru se enfrentaram pela origem do traje da "Diablada", uma dança típica
do Carnaval de Oruro, pelo "Ekeko", o deus andino da abundância, e por algumas canções
populares. No caso do Chile, o confronto foi pelo "Charango", um pequeno instrumento
de cordas, da família do alaúde, que tem aproximadamente 66 cm de comprimento, tradicionalmente
feito com a carapaça das costas de um tatu.
O governo Evo Morales protestou
pelo fato que, no "Carnaval Andino" da cidade chilena de Arica, assim como em algumas
festas peruanas, há danças que supostamente seriam de exclusividade do folclore boliviano.
(AF)