2010-08-26 17:06:10

Bento XVI encontrando em Fátima os Bispos de Portugal lamentou a existência de crentes envergonhados e alertou para o silêncio da fé


Bento XVI lamentou em Fátima no dia 13 de Maio passado a existência de “crentes envergonhados” na Igreja Católica, que contribuem para um “silêncio da fé” nos âmbitos políticos, económicos e mesmo da comunicação social.
Falando aos Bispos de Portugal, o Papa apelou a “verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, sobretudo nos meios humanos onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo”.
Há necessidade de verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, sobretudo nos meios humanos onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo: políticos, intelectuais, profissionais da comunicação que professam e promovem uma proposta mono-cultural com menosprezo pela dimensão religiosa e contemplativa da vida. Em tais âmbitos, não faltam crentes envergonhados que dão as mãos ao secularismo, construtor de barreiras à inspiração cristã. Entretanto, amados Irmãos, aqueles que lá defendem com coragem um pensamento católico vigoroso e fiel ao Magistério continuem a receber o vosso estímulo e palavra esclarecedora para, como leigos, viverem a liberdade cristã.
A este respeito, o Papa destacou a necessidade de manter viva “a dimensão profética sem mordaças no cenário do mundo actual”.
As pessoas clamam pela Boa Nova de Jesus Cristo, que dá sentido às suas vidas e salvaguarda a sua dignidade. Como primeiros evangelizadores, ser-vos-á útil conhecer e compreender os diversos factores sociais e culturais, avaliar as carências espirituais e programar eficazmente os recursos pastorais; decisivo, porém, é conseguir inculcar em todos os agentes evangelizadores um verdadeiro ardor de santidade, cientes de que o resultado provém sobretudo da união com Cristo e da acção do seu Espírito
“No sentir de muitos, a fé católica deixa de ser património comum da sociedade e, frequentemente, vê-se como uma semente insidiada e ofuscada por «divindades» e senhores deste mundo”, alertou.
Bento XVI considera que, para superar esta situação, não bastam discursos ou “apelos morais”, mas gestos concretos.
Aquilo que fascina é sobretudo o encontro com pessoas crentes que, pela sua fé, atraem para a graça de Cristo dando testemunho d’Ele. Vêm-me à mente estas palavras do : «A Igreja tem necessidade sobretudo de grandes correntes, movimentos e testemunhos de santidade entre os fiéis, porque é da santidade que nasce toda a autêntica renovação da Igreja, todo o enriquecimento da fé e do seguimento cristão, uma re-actualização vital e fecunda do cristianismo com as necessidades dos homens, uma renovada forma de presença no coração da existência humana e da cultura das nações»
Bento XVI pediu aos Bispos de Portugal que estejam atentos aos padres e aos novos movimentos da Igreja, como pastores que promovem a comunhão entre todos.
Confessou a sua “agradável surpresa” no contacto com os movimentos e novas comunidades eclesiais, mas deixou claro que “é preciso que estas novas realidades queiram viver na Igreja comum, embora com espaços de algum modo reservados para a sua vida”.
O discurso papal retomou algumas das ideias lançadas durante o encontro prévio, com organizações sociais, deixando votos de que os responsáveis pelas Dioceses do nosso país consigam revigorar “sentimentos de misericórdia e compaixão capazes de corresponder às situações de graves carências sociais”...Queria pedir-vos, na vossa qualidade de presidentes e ministros da caridade na Igreja, para revigorardes em vós e ao vosso redor os sentimentos de misericórdia e compaixão capazes de corresponder às situações de graves carências sociais. Criem-se e aperfeiçoem-se as organizações existentes, com criatividade para corresponder a todas as pobrezas, mesmo a de falta de sentido da vida e de ausência de esperança. É muito louvável o esforço que fazeis por ajudar dioceses mais necessitadas, sobretudo dos países lusófonos. As dificuldades, agora mais sentidas, não vos deixem esmorecer na lógica do dom. Continue bem vivo no país o vosso testemunho de profetas de justiça e da paz, defensores dos direitos inalienáveis da pessoa, juntando a vossa voz à dos mais débeis a quem tendes sabiamente motivado para ter voz própria, sem temer nunca levantar a voz em favor dos oprimidos, humilhados e molestados.








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