2010-08-24 12:10:26

NIGÉRIA: VIOLÊNCIA É TEMA DE ASSEMBLÉIA


Jos, 24 ago (RV) - Os episódios de violência que abalaram o Estado de Plateau (Nigéria central) durante os últimos meses estiveram no centro da Oitava Assembléia Geral da Arquidiocese de Jos, capital do Estado, cujo tema foi “os desafios de conflitos religiosos e políticos para a Igreja no Estado de Plateau”. A Assembléia realizou-se entre os dias 16 e 20 de agosto no centro pastoral “Sagrado Coração”, de Jos. “A Assembléia Geral deplorou a perda de vidas e bens causados pela recente crise e enviou suas condolências às famílias dos falecidos, rezando pelas suas almas”, afirma o comunicado final.



“Não há dúvida de que, direta ou indiretamente todos nós sofremos por causa da crise que abalou o Estado”, continua o documento. “Apesar dos grandes desafios econômicos, políticos, sociais e de segurança que enfrentamos no Estado e em geral no país, incentivamos os cristãos a não perderem a fé no Deus Todo-Poderoso, nem permanecerem paralisados pelo medo e raiva, mas sim, a renovarem o seu amor a Deus e ao próximo. A Igreja continuará a ensinar o amor, a paz, a reconciliação a todo o custo.



“Todo católico é chamado a ser um agente das mudanças que queremos”, destaca o comunicado. “Rezamos pela paz em nossos corações, nossos lares, em nosso Estado e país. Procuremos ser os primeiros a dizer “não à violência” e de estar na vanguarda do desenvolvimento de uma cultura de paz e de não violência”.



A Assembleia depois de agradecer as forças de ordem e as autoridades do governo pelos seus esforços para manter a paz na região, convida todos os cidadãos a não fazer justiça com suas próprias mãos, mas de informar as forças de segurança sobre todos os movimentos suspeitos.



A mensagem lamenta “a polarização das nossas comunidades”, com base em ser cristão ou muçulmano, porque isso comporta “ulteriores suspeitas, desconfianças e medos”, e adverte para o crescimento do extremismo religioso. “Reafirmamos a importância do diálogo na resolução dos conflitos. A posição da Igreja Católica é que o diálogo continua a ser um verdadeiro instrumento para a paz. As crises recentes têm gerado desconfiança e será necessário um grande trabalho para recuperar a confiança e o respeito entre muçulmanos e cristãos”.



A partir do debate da Assembléia surgiram diversas posições sobre as causas da violência. “A falta de uma compreensão clara sobre a origem e as causas da crise tem causado problemas, também entre os cristãos. Enquanto alguns consideram a crise como uma tentativa dos muçulmanos de invadir o espaço sagrado daquele que é considerado um estado profundamente cristão, outros pensam que as causas da crise são étnicas, sociais e políticas, mas com uma coloração religiosa. As crises devem ser enquadradas na justa perspectiva. As causas são muitas e, portanto, não se pode responsabilizar apenas a religião”, destaca a mensagem. (SP)








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