DOM TWAL: "VENHAM À TERRA SANTA PARA REZARMOS JUNTOS"
Jerusalém, 24 ago (RV) – “Venham à Terra Santa para testemunhar a nossa comunhão
eclesial e rezar juntos por mais justiça e mais paz para todos os povos”: esse é o
apelo lançado pelo Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, que no último domingo
concluiu uma visita à Hungria (desde o dia 19 de agosto), a convite dos bispos locais
para a festa de Santo Estevão, primeiro rei e primeiro santo húngaro.
Celebrando
na Catedral de Santo Estevão – refere a agência Sir - o Patriarca lembrou as condições
em que vive a Terra Santa: “A situação continua muito difícil, especialmente para
as pessoas da Terra Santa, pertencentes a dois povos e as três religiões, que continuam
a sofrer. Pensamos nas injustiças que padecem principalmente os árabes palestinos:
humilhações diárias, limitações de liberdade de viajar, de movimento, de possibilidade
de estudo, trabalho, cuidados médicos; pensamos no muro de separação, com mais de
700 km de extensão e cerca de 8 metros de altura que, efetivamente, isola a população
local. Os cristãos palestinos não têm sequer acesso aos Lugares Santos, pois é muito
difícil conseguir permissão por razões de segurança”.
A situação piorou
ainda mais com o êxodo dos cristãos, que hoje são apenas “2% da população, quase todos
árabes palestinos e jordanianos, e mais uma pequena percentagem de estrangeiros e
algumas centenas de católicos de língua hebraica”. No entanto, disse Dom Twal, “Jerusalém
é uma enorme riqueza de ritos e de liturgias, há mais de 100 congregações religiosas
envolvidas no setor educativo, social ou contemplativo.
Um fenômeno
dos últimos anos é também a presença maciça na Terra Santa, de imigrantes cristãos
de outras nações, na maioria trabalhadores, funcionários, enfermeiras, que muitas
vezes tornam-se mais numerosos do que os cristãos locais, vivendo em uma situação
muito precária, sem nenhuma proteção legal”. “Na Terra Santa - acrescentou – experimentando,
às vezes, uma certa desesperança. Uma geração inteira de israelenses e palestinos
cresceu testemunhando e experimentando violência, desemprego, separação e ódio. Tornou-se
cada vez mais difícil imaginar um futuro de coexistência; é mais fácil culpar os outros,
e cada vez mais difícil perdoar”.
“E, no entanto - foi a conclusão
do patriarca - sabemos que a única solução para o conflito é reconhecer a dignidade
intrínseca de todas as pessoas que vivem nesta terra, israelenses e palestinos, cristãos,
judeus e muçulmanos. Todo homem é, de fato, criado à imagem de Deus e, como tal, é
dotado de dignidade absoluta”. (SP)