BRUTALIDADE E IMPUNIDADE NA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
Johanesburgo, 24 ago (RV) - Gangues rebeldes da Ruanda e da República Democrática
do Congo violentaram aproximadamente 200 mulheres e crianças, pelos quatro dias que
as mantiveram reféns, em localidades do leste do Congo. Toda essa brutalidade aconteceu
a apenas 16 quilômetros de uma base militar das Nações Unidas de peacekeepers.
Em
entrevista à Agência Associated Pres, um médico da Organização “International Medical
Corps”, Will F. Cragin, disse que os agentes da ONU souberam das invasões já no dia
seguinte ao ataque, que foi em 30 de julho, mas não intervieram.
Já
se passaram mais de três semanas e a missão da ONU diz ainda não ter informações sobre
o ocorrido, mas estar investigando.
O médico declarou que a Organização
para a qual trabalha só conseguiu entrar na localidade no dia 4 de agosto, quando
os grupos rebeldes deixaram o local por terem feito um acordo entre eles, sem intervenção
externa.
A Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas diz ter
apurado as informações de que cerca de 154 mulheres foram violentadas pelos combatentes
do grupo rebelde de Ruanda FDLR e do correspondente congolês Mai-Mai, no vilarejo
de Bunangiri. As vítimas estão recebendo tratamento médico e psicológico.
Um
dos líderes da sociedade civil, Charles Masudi Kisa, justificou que havia apenas 25
militares do peacekeeping da ONU, que fizeram tudo o que puderam contra os rebeldes,
que eram em aproximadamente 400. (ED)