A modesta jovem de Nazaré tornou-se Rainha do mundo! Como diz Jesus: há últimos que
se tornam os primeiros: Bento XVI no Angelus dominical
A figura de Maria, recordada pela Igreja, uma semana depois da Assunção, com o título
de “Rainha”, foi o tema da alocução do Papa, neste domingo ao meio-dia, no pátio interior
da residência de Castel Gandolfo. “Contemplamos a Mãe de Cristo coroada pelo seu
Filho, isto é, associada à sua Realeza universal, tal como a representam numerosos
mosaicos e pinturas. Também esta memória ocorre este ano ao domingo, iluminada assim
com a Palavra de Deus e a celebração da Páscoa semanal.” “Em especial (observou o
Papa), o ícone da Virgem Maria Rainha assume uma significativa dimensão no Evangelho
deste dia, quando Jesus afirma: “Há últimos que serão os primeiros e primeiros que
serão os últimos”. “Nossa Senhora é o exemplo perfeito desta verdade evangélica,
de que Deus abaixa os soberbos e os potentes deste mundo e exalta os humildes. A pequena
e simples jovem de Nazaré tornou-se a Rainha do mundo! Esta é uma das maravilhas que
revelam o coração de Deus.” Naturalmente – clarificou Bento XVI – “a realeza de
Maria é totalmente relativa à de Cristo: é Ele que é o Senhor, que, após a humilhação
da morte de cruz, o Pai exaltou acima de todas as criaturas nos céus, na terra e sob
a terra. Foi por um desígnio da graça que a Mãe Imaculada foi plenamente associada
ao mistério do Filho”. “A Mãe partilhou com o Filho não só os aspectos humanos do
mistério (de Cristo: incarnação, vida escondida em Nazaré, ministério messiânico e
Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão), mas também intenção profunda, a vontade
divina, de tal modo que toda a seua existência, pobre e humilde, foi elevada, transformada,
glorificada, passando através da porta estreita que é o próprio Jesus”.
Recordando
que em muitas partes Maria é venerada com o título de Rainha, Bento XVI concluiu a
sua alocução antes da recitação do Angelus confiando a Nossa Senhora a causa da paz
no mundo, perante a “absurda lógica da violência”. “Queremos sobretudo renovar,
como filhos da Igreja, a nossa devoção àquela que Jesus nos deixou como Mãe e Rainha.
Confiamos à sua intercessão a quotidiana oração pela paz, especialmente onde mais
se faz sentir com toda a sua dureza a absurda lógica da violência, para que todos
os homens se persuadam que neste mundo devemos ajudar-nos uns aos outros como irmãos,
para construir a civilização do amor”.
Entre os muitos fiéis e grupos presentes
em Castelgandolfo para o encontro dominical com o Papa, havia também peregrinos de
língua portuguesa, que Bento XVI quis saudar na nossa língua: “Saúdo também o grupo
brasileiro da paróquia de São Joaquim, diocese de Franca, e demais peregrinos de língua
portuguesa, desejando que esta peregrinação vos ajude a fortalecer a confiança em
Jesus Cristo e a encarnar na vida a sua mensagem de salvação. De coração vos agradeço
e abençoo. Ide com Deus!”