ÁFRICA DO SUL: SAQUINHO-FILTRO TORNA POTÁVEL UM LITRO DE ÁGUA CONTAMINADA

Johannesburgo, 21 ago (RV) – Na África, a necessidade de ter de vencer tantas pequenas batalhas cotidianas pela sobrevivência aguça a criatividade. Assim, é justamente do pedaço de mundo chamado "continente negro" que vêm, frequentemente, as soluções mais brilhantes para os problemas universais.

Como o filtro que se parece com um saquinho de chá e que permitirá tornar potável um litro de água contaminada, a um custo muito modesto. O conteúdo do saquinho biodegradável, projetado pela Universidade sul-africana de Stellenbosch, é de carvão ativo, enquanto o próprio saquinho é revestido internamente com biocidas que eliminam os microorganismos causadores de doenças.

Segundo Marelize Botes, pesquisadora do Departamento de Microbiologia e membro da equipe criadora do saquinho-filtro "cada saquinho pode tornar potável um litro de água, a menos que ela esteja altamente contaminada por ferro, alumínio e petróleo". Além disso, não funciona com água salgada.

Embora com essas limitações, a invenção continua sendo um achado extraordinário para os países da África, nos quais 680 milhões de pessoas não dispõem de água potável e nos quais são muito frequentes doenças como a cólera e a diarreia, provocadas pela ingestão de água contaminada.

O saquinho-filtro, que pode ser utilizado, colocando-o num pequeno "cestinho" no gargalo da garrafa, poderia ser de grande ajuda também durante as crises humanitárias como, por exemplo, a que está ocorrendo agora mesmo, no Paquistão, onde a escassez de água potável coloca em risco a vida de milhares de seres humanos, sobretudo crianças.

De fato, a equipe sul-africana criadora do saquinho-filtro já recebeu solicitações de diversas agências humanitárias que estão atuando no Paquistão, depois das trágicas inundações que atingiram o país, solicitando o envio de ingentes quantidades do produto que, todavia, ainda não está sendo produzido em larga escala.

Os custos de produção do saquinho salva-vidas seriam irrisórios: US$ 0,0005 cada saquinho, aos quais deveriam ser acrescentadas as despesas de mão-de-obra e distribuição. Mesmo assim – se considerarmos que a produção em ampla escala faz baixar tais despesas e se considerarmos ainda os enormes benefícios do uso desse saquinho-filtro – seu custo permanece irrisório.

Com a palavra a comunidade internacional, que pode acionar a produção desse saquinho-filtro imediatamente. (AF)