2010-08-21 18:44:29

"APASCENTA AS MINHAS OVELHAS": EXORTAÇÃO DE JESUS A PEDRO, NAS REFLEXÕES DE BENTO XVI


Cidade do Vaticano, 21 ago (RV) - A Igreja celebra neste sábado São Pio X. O Evangelho da memória litúrgica narra o encontro entre Pedro e Cristo Ressuscitado, às margens do Lago de Tiberíades. O Senhor pergunta três vezes ao discípulo se o ama, exortando-o a apascentar as suas ovelhas. Bento XVI deteve-se reiteradas vezes sobre essa passagem evangélica. Aproveitamos para percorrer alguns pensamentos do Pontífice sobre o governo pastoral confiado por Jesus a Pedro e aos seus Sucessores.

Rezemos ao Senhor a fim de que nos conceda "um pastor segundo o seu coração, um pastor que nos conduza ao conhecimento de Cristo, ao seu amor, à verdadeira alegria": era 18 de abril de 2005, quando Joseph Ratzinger pronunciou essas palavras.

O então Cardeal Decano celebrava a Missa pro eligendo Romano Pontifice, na vigília do Conclave. No dia seguinte, o purpurado foi eleito Papa, sendo assim chamado a apascentar as ovelhas, justamente como Pedro, dois mil anos atrás. É uma tarefa que supera as forças humanas e, por isso, Bento XVI pede a oração dos fiéis, das ovelhas que lhe foram confiadas pelo Senhor:

"Rezem por mim para que eu aprenda a amar sempre mais o Seu rebanho – vocês, a Santa Igreja, cada um de vocês singularmente e vocês todos juntos. Rezem por mim, para que eu não fuja com medo, diante dos lobos. Rezemos uns pelos outros." (Missa de início do Pontificado, 24 de abril de 2005)

A missão do pastor – recorda o Santo Padre – deve nascer do amor por Cristo. Portanto, é preciso seguir o Senhor, deixar-se conduzir por Ele, entrar na sua dimensão de amor infinito:

"Devemos nos recordar sempre que para todo Pastor, a condição do seu serviço é o amor por Cristo, ao qual nada deve ser anteposto. "Simão, filho de João, tu me amas?" A pergunta de Jesus a Pedro ressoa sempre em nosso coração, caros Irmãos, e suscita, toda vez, a nossa resposta, de modo novo e comovido: "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo"." (Audiência aos novos metropolitas, 30 de junho de 2008)

Bento XVI reitera que os pastores "são o meio através do qual Cristo ama os homens". E, portanto, "o encontro pessoal e constante com o Senhor" constitui a base do ministério pastoral:

"Para ser Pastor segundo o coração de Deus (cfr Jr 3, 15) é preciso estar profundamente radicado na viva amizade com Cristo, não somente no que concerne à inteligência, mas também à liberdade e à vontade. É preciso uma clara consciência da identidade recebida na Ordenação Sacerdotal, uma disponibilidade incondicionada a conduzir o rebanho confiado para onde o Senhor quer, e não na direção que, aparentemente, parece mais conveniente ou mais fácil." (Audiência Geral, 26 de maio de 2010)

Pedro – recorda o Pontífice – "em si não era uma rocha, mas um homem frágil e inconstante". O Senhor, porém, "quis fazer justamente dele a pedra e demonstrar que, através de um homem frágil", Ele sustenta a Igreja e a mantém unida. O Papa volta às palavras do Senhor a Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas":

"Daquele dia em diante Pedro "seguiu" o Mestre com a precisa consciência da própria fragilidade; mas essa consciência não o desencorajou. De fato, ele sabia que podia contar com a presença do Ressuscitado junto a si." (Audiência Geral, 24 de maio de 2006)

"Dos ingênuos entusiasmos da adesão inicial – prossegue Bento XVI – passando pela experiência dolorosa da negação e do pranto da conversão, Pedro conseguiu confiar naquele Jesus que se adequou à sua pobre capacidade de amor". Portanto, a experiência de redenção de Pedro torna-se também para nós um exemplo que nos encoraja, que nos convida a esperar no Senhor:

"Mostra assim também a nós o caminho, apesar da nossa fraqueza. Sabemos que Jesus se ajusta a essa nossa fraqueza. Nós o seguimos com a nossa pobre capacidade de amor, e sabemos que Jesus é bom e nos aceita." (Audiência Geral, 24 de maio de 2006) (RL)







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