Cidade do Vaticano 20 ago (RV) - Em entrevista à Rádio Vaticano após a retirada
da última brigada de combate dos Estados Unidos no âmbito da saída das tropas deste
país do Iraque que deve se concluir em 2011, o Bispo auxiliar de Bagdá, Dom Shlemon
Warduni, recordou que “a guerra destrói tudo e não faz bem a ninguém” e explicou que
o que se necessita com urgência é a paz e a segurança que todavia estão longe de ser
alcançadas.
O prelado destacou ainda que “é muito difícil viver em um lugar
onde não há lei, onde não há governo. O Iraque está sem governo e sem lei. E como
então se pode viver num lugar como esse? Por primeiro, falta um governo estável, uma
lei que governe o país porque neste momento os terroristas vão e vem como desejam.
Não há trabalho, mas sim carros-bombas, kamikazes e outras manifestações de violência”.
“As
tropas estrangeiras vão embora, porém elas têm a obrigação de deixar a paz e a segurança.
Agora vemos os resultados negativos da guerra. Como dizia o falecido Papa João Paulo
II, e como disse Bento XVI, a guerra destrói tudo e não faz bem a ninguém. Pedimos
a todos os homens de boa vontade que cooperem com consciência, a consciência que põe
Deus no centro e não os próprios assuntos nem os próprios interesses. Queremos, pedimos,
gritamos, paz e segurança!”.
Em seguida o bispo disse que diante da ineficácia
do governo em dar segurança, “o povo se pergunta: se não há trabalho, se há perigo
de morte, se não há do que viver para cada família, por que continuamos aqui?”
Ao
falar sobre a necessidade de democracia no Iraque, o prelado disse que é importante
semeá-la e não impô-la “aqui estávamos em uma grande prisão e o que acontece se uma
prisão se abre repentinamente? É necessário ensinar a democracia, não só falar dela.
Os que falam disso, que venham caminhar nas ruas de Bagdá”. (SP)