DOM MARCHETTO: CIGANOS SÃO REALIDADE IMPORTANTE PARA EUROPA

Cidade do Vaticano, 20 ago (RV) - O governo francês prossegue a sua política de repatriação dos ciganos. Nesta quinta-feira, 89 deles deixaram a França; hoje, mais 139 partiram de retorno para a Romênia e Bulgária. A previsão é de que desde o início do ano até o fim deste mês cerca de 850 ciganos terão sido reconduzidos a seus países de origem, é o que informa o Ministro francês da Imigração, Eric Besson, que precisa: "Essas pessoas estão deixando a França voluntariamente, em troca de uma contribuição de 300 euros por pessoa". Trata-se de uma decisão de Paris que tem suscitado muitas críticas. A esse propósito, a Rádio Vaticano pediu um comentário do Secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto. Eis o que disse:

Dom Agostino Marchetto:- "Fala-se de 51 acampamentos ilegais que foram desmontados desde o início deste mês. Portanto, há, certamente, uma situação de precariedade para esses nossos irmãos, que pode evidentemente condicioná-los no que diz respeito a um certo tipo de apoio econômico que os ajude nessa repatriação. Certamente, é necessário também considerar que as expulsões não podem ser coletivas, segundo as normativas européias, e, portanto, é preciso ver também isso, embora, naturalmente, o governo tenha procurado responder a essa objeção."

P. Justamente nesse momento teve início em Lourdes, sul da França, a habitual peregrinação dos ciganos...

Dom Agostino Marchetto:- "É uma coincidência que milhares de ciganos estejam desde quinta-feira se dirigindo a Lourdes para a tradicional peregrinação anual desses nossos irmãos e irmãs que vão ali rezar diante da Virgem Maria. E creio que seja uma coisa boa nos unirmos a essa intercessão, porque a "questão-ciganos" é uma questão grave para a Europa, porque se trata do mais numeroso grupo minoritário na Europa. Trata-se de ao menos 12 milhões de pessoas, entre as quais 5 milhões de crianças que deveriam estar na escola... São todas realidades importantes para a Europa de hoje e de amanhã..." (RL)