2010-08-14 17:05:48

COLÔMBIA: PRESIDENTE DESCARTA DIÁLOGO COM AS FARC APÓS ATENTATO EM BOGOTÁ


Bogotá, 14 ago (RV) - A possibilidade de um diálogo de paz com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foi eliminada, depois que o Presidente Juan Manuel Santos afirmou, nesta sexta-feira que não há condições para isso. A afirmação do chefe de Estado colombiano foi motivada pela explosão de um carro-bomba em Bogotá.

"Quando o governo considerar que existem circunstâncias apropriadas, abriremos as portas ao diálogo" – disse Santos, durante uma cerimônia militar na cidade de Popayán, 600km a sudoeste da capital, Bogotá.

No ato de sua posse, no sábado passado, Juan Manuel Santos havia deixado entreaberta a porta do diálogo com as Farc, com a condição de que abandonassem a violência.

"Aos grupos armados ilegais que invocam razões políticas e hoje falam novamente de diálogo e negociação, digo que meu governo estará aberto a qualquer conversação voltada à erradicação da violência, e à construção de uma sociedade mais próspera e justa" - dissera Santos, em referência tácita às Farc.

O líder da guerrilha, Alfonso Cano, havia manifestado desejo de dialogar com as autoridades, em vídeo divulgado há uma semana. Logo em seguida, Santos condicionou esse eventual diálogo à libertação dos reféns e ao fim de atos terroristas, entre outras exigências.

Com cerca de oito mil combatentes segundo o exército, as Farc lutam contra o Estado colombiano há 46 anos, sendo a principal guerrilha do país, seguida pelo Exército de Libertação Nacional (ELN), com 3.500 efetivos.


Santos reafirmou que, no momento, "fica absolutamente desautorizada qualquer gestão paralela", em clara alusão à oferta da senadora Piedad Córdoba, que conversou sobre o assunto na quinta-feira, com o líder cubano, Fidel Castro.

O presidente fez questão de deixar clara essa posição, no dia seguinte à explosão de um carro-bomba na zona norte de Bogotá, onde fica a Rádio Caracol, um possível alvo, segundo as autoridades. A autoria do atentado, que deixou nove pessoas feridas e causou danos materiais em prédios próximos, ainda não foi estabelecida.

O ministro da Defesa, Rodrigo Rivera, disse nesta sexta-feira que nenhuma hipótese foi descartada, admitindo que o ataque poderia ser obra das Farc ou de grupos da extrema-direita.

Santos anunciou, nesta sexta-feira, uma recompensa de 500 milhões de pesos (273.000 dólares) a quem puder fornecer qualquer informação que permita esclarecer o atentado. Para o ataque foi usado um carro carregado com 50 quilos de nitrato de amônio e uma pipeta de gás propano, informou o prefeito da cidade, Samuel Moreno. (AF)







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