TEERÃ: SETE BAHAIS CONDENADOS A 20 ANOS DE RECLUSÃO

Teerã, 12 ago (RV) – Sete membros da seita "Bahai", uma minoria religiosa no Irã – personalidades do mundo científico e da cultura, que se encontravam detidos desde 2008 – foram condenados a 20 anos de reclusão, acusados de "espionagem a favor de Israel, insulto ao Islã e propaganda contra o Estado islâmico". Pelo menos 47 bahais estão na prisão, no Irã, em virtude de sua fé.

Embora a sentença tenha sido proclamada no dia 8 de agosto, somente ontem as autoridades decidiram comunicá-la oralmente aos advogados dos acusados, que esperam por uma confirmação por escrito, da mesma, por parte dos magistrados.

Os sete bahais foram presos em março e maio de 2008 e mantidos na prisão de Evin. O processo contra ele jamais teve um desenvolvimento regular, assim como jamais lhes foi feita uma imputação formal. A acusação geral contra eles era de "difundir a corrupção na face da Terra", sem que fosse precisado o que tal acusação significasse exatamente.

A comunidade "Bahai" foi fundada em torno do ano 1860, por um nobre persa, que se autodenominava novo profeta e continuador da obra de Moisés, Jesus e Maomé, o que fere a crença islâmica de Maomé como último profeta.

Permitida nos tempos do Xá, a "Bahai" foi rotulada como herética e proibida em 1979, após a revolução islâmica. A partir daí, mais de 200 sequazes foram justiçados ou assassinados, centenas acabaram nos cárceres iranianos, dezenas de milhares perderam seus empregos ou sua aposentadoria, e foram privados de suas atividades comerciais. Os jovens bahais não podem inscrever-se nas Universidades, se não se declararem "muçulmanos".

O grupo conta cerca de sete milhões de sequazes no mundo, e tem um templo também em Haifa, norte de Israel. Frequentemente, os membros da seita "Bahai" tentaram explicar que sua presença em Israel não é ditada por motivos políticos, mas apenas religiosos. De fato, seu fundador, depois de ter sido exilado de Bagdá e de Constantinopla, foi viver em Haifa, em 1868, muitos anos antes da instituição do Estado de Israel. (AF)