Bento XVI e outras personalidades religiosas, homenageiam o Ir. Roger
(11/8/2010) Bento XVI, os Patriarcas ortodoxos de Constantinopla e Moscovo e o Arcebispo
anglicano de Cantuária são algumas das personalidades que recordam o 70.º aniversário
da comunidade de Taizé, fundada a 20 de Agosto de 1940. Nas /a> que têm chegado ao actual prior da comunidade, Irmão Alois, são
também evocados os cinco anos da morte do seu fundador, o Irmão Roger, assassinado
a 16 de Agosto de 2005. Bento XVI fala do fundador da Comunidade de Taizé como
uma “testemunha infatigável do Evangelho de paz e de reconciliação”, um “pioneiro
nos caminhos difíceis da unidade entre os discípulos de Cristo”. O Ir. Roger, observa,
“fez nascer uma comunidade que continua a ver vir até ela milhares de jovens do mundo
inteiro, em busca de um sentido para a sua vida, acolhendo-os na oração e permitindo
que eles façam a experiência de uma relação pessoal com Deus”. “Agora que entrou
na alegria eterna, o querido irmão Roger continua a falar-nos. Que o seu testemunho
de um ecumenismo de santidade nos inspire no nosso caminho para a unidade e que a
vossa Comunidade continue a viver e a fazer brilhar o seu carisma, especialmente junto
das gerações mais jovens!”, escreveu o Papa. O Patriarca ortodoxo de Constantinopla,
Bartolomeu I, salienta que “com o irmão Roger e com os irmãos que partilham da sua
visão”, Taizé tornou-se “um ponto de convergência e de encontro”. Este responsável
refere que a comunidade, localizada a cerca de 400 km a sudeste de Paris, é “um lugar
de aprofundamento na oração, na escuta e na humildade. Um lugar de respeito pela tradição
do outro”. O Patriarca ortodoxo de Moscovo, Cirilo I, valoriza a sensibilidade
bíblica e histórica do fundador da comunidade. “Dos vários encontros que tive com
o irmão Roger, percebi, de cada vez, o quanto ele conhecia e compreendia a tradição
da antiga Igreja e o quanto a Palavra de Deus e a obra dos Padres da Igreja eram um
fundamento na sua experiência espiritual pessoal”, refere Cirilo I. “Conjugar a
fidelidade aos ensinamentos dos Padres da Igreja com uma actualização criativa no
ministério missionário entre os jovens de hoje caracterizava o caminho do irmão Roger,
tal como o da Comunidade por ele fundada”, salienta o Patriarca de Moscovo. O Arcebispo
da Cantuária, Rowan Williams, escreve que o irmão Roger vai continuar a ser celebrado
“como alguém que nos dá confiança na ressurreição e que nos desafia a viver pela ressurreição”,
acrescentando que “à luz do seu testemunho tornamo-nos livres para olhar as crises
e traumas do nosso.” Para o secretário-geral do Conselho Ecuménico das Igrejas,
Olav Fykse-Tveit, “a ‘parábola da comunidade’ foi um serviço pioneiro: inspirou Igrejas
do mundo inteiro e é um modelo para estas atenderem às necessidades espirituais e
materiais do povo de Deus e, mais particularmente, dos jovens”. Setri Nyomi, secretário-geral
da Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas, assinala “o impacto que a Comunidade de
Taizé tem em centenas de milhares de jovens em todo o mundo”, realçando que “Taizé
sabe o que está no coração de Nosso Senhor Jesus Cristo: que os jovens são importantes”. Já
o secretário-geral da Federação Luterana Mundial, Ishmael Noko, sublinha que “não
podemos lembrar-nos da violenta morte do irmão Roger sem estarmos ainda mais conscientes
de que ele foi testemunha de uma outra visão para a vida”. “O empenho de Taizé
pela reconciliação, a paz e a unidade da humanidade é mais actual que nunca”, acrescenta. O
duplo aniversário da instituição da comunidade e da morte do seu fundador vai ser
evocado numa celebração a decorrer em Taizé a 14 de Agosto, às 20h00. A comunidade
prepara-se para lançar um pequeno livro para os jovens com alguns textos do Ir. Roger,
intitulado “Viver para amar”.