BENTO XVI: SÃO LOURENÇO MOSTRA-NOS CAMINHO PARA ENCONTRAR CRISTO
Cidade do Vaticano, 10 ago (RV) - "Exemplo de intrépida fidelidade cristã até
o martírio": assim Bento XVI definiu, em diversas ocasiões, São Lourenço diácono e
mártir, cuja festa litúrgica celebramos nesta terça-feira.
Tendo vivido na
Roma do Séc. III, sofreu perseguições por parte do Imperador Valeriano e foi submetido
ao martírio sendo colocado numa grelha aquecida por carvões ardentes. Sua vida foi
caracterizada, sobretudo, pelas obras de caridade. Aproveitamos a ocasião para recordar
o pensamento de Bento XVI sobre esse grande Santo.
"Eis aí os tesouros da Igreja".
A célebre frase de São Lourenço foi uma resposta ao prefeito do Imperador Valeriano
que lhe pedia que entregasse os seus tesouros, em troca da vida. Os tesouros que Lourenço
indicou não eram nem ouro nem pedras preciosas: eram os pobres, os doentes, os marginalizados
aos quais assistia todos os dias.
Essa resposta, numa época de perseguições
anticristãs, custou-lhe a vida e Lourenço foi martirizado na grelha. Era 10 de agosto
do ano 258. Quatro dias antes morrera o Papa Sisto II, a quem Lourenço assistia como
diácono.
E a história não os esqueceu:
"A história nos confirma como
o nome desse Santo é glorioso. A sua solicitude para com os pobres; o generoso serviço
que prestou à Igreja de Roma no setor da assistência e da caridade; a fidelidade ao
Papa, sem limites, a ponto de querer segui-lo na provação suprema do martírio e do
heróico testemunho do sangue, dado poucos dias depois, são fatos universalmente conhecidos."
(Homilia na Basílica romana de São Lourenço Fora dos Muros, 30 de novembro de 2008).
Testemunha
corajosa da fé em Cristo, São Lourenço torna-se assim mensageiro do valor da santidade
e nos indica o caminho a ser seguido:
"Ele nos repete que a santidade, isto
é, o ir ao encontro de Cristo que vem continuamente visitar-nos, não passa de moda,
pelo contrário, com o passar do tempo resplandece de modo luminoso e manifesta a perene
inclinação do homem a Deus. (...) Que Lourenço, testemunha heróica de Cristo crucificado
e ressuscitado, seja para cada um exemplo de dócil adesão à vontade divina a fim de
que – como ouvimos o Apóstolo Paulo recordar na Carta aos Coríntios – também nós vivamos
de modo a sermos "irrepreensíveis" no dia do Senhor (cfr 1 Cor 1, 7-9)." (Homilia
na Basílica romana de São Lourenço Fora dos Muros, 30 de novembro de 2008)
Hoje,
os restos mortais de São Lourenço são venerados na Basílica a ele dedicada em Roma.
E junto a todos os Santos, o diácono nos deixa um grande ensinamento:
"Estes
santos são testemunhas daquela caridade que ama "até o fim", e não leva em consideração
o mal recebido, mas o combate com o bem (cfr 1 Cor 13, 4-8). Deles se pode
aprender – especialmente os sacerdotes – o heroísmo evangélico que nos impele, sem
nada temer, a dar a vida pela salvação das almas. O amor vence a morte!" (Angelus
Castel Gandolfo, 9 de agosto de 2009)
Quem dá a vida por amor pelos pobres
e necessitados recorda-nos a importância da caridade, daquela caridade que transforma
o mundo:
"A caridade é capaz de gerar uma mudança autêntica e permanente da
sociedade, agindo nos corações e nas mentes dos homens, e quando é vivida na verdade
é a principal força propulsora para o verdadeiro desenvolvimento de toda pessoa e
de toda a humanidade" (Caritas in veritate, 1). O testemunho da caridade para
o discípulo não é um sentimento passageiro, mas, pelo contrário, é aquilo que plasma
a vida em todas as circunstâncias." (Basílica de São João de Latrão, 15 de junho de
2010) (RL)