Nova York, 09 ago (RV) - A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos,
Navi Pillay, saudou ontem os progressos em matéria de direitos humanos dos povos indígenas,
mas alertou que o mundo não pode ser complacente com o sofrimento dos povos indígenas.
Hoje
o mundo recorda o Dia Internacional dos Povos Indígenas e para marcar a data, a comissária
divulgou uma nota recordando que pobreza, marginalização e violações de direitos continuam
presentes na vida dos índios.
A alta comissária advertiu, no entanto, que não
há espaço para complacência. A persistência de violações dos direitos dos povos indígenas
em todas as regiões do mundo merece a nossa atenção e ação.
Para Navi Pillay,
existe um abismo entre a realidade das aldeias e os princípios da Declaração da ONU
sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
“Eles continuam a sofrer discriminação
e marginalização; há indiferença em relação às suas preocupações ambientais e ao deslocamento
de seus locais tradicionais, e permanecem excluídos dos processos decisivos da política”
- disse a comissária da ONU.
Navi Pillay denunciou ainda que “aqueles que trabalham
para corrigir esses males são muitas vezes vítimas de perseguição por defenderem os
direitos humanos”, e pediu que o mundo redobre seus esforços por uma parceria pela
ação e dignidade a favor dos indígenas.
Segundo estimativas publicadas na Internet,
vivem hoje no Brasil 519.000 índios, que representam 0,4% da população. As regiões
onde a concentração é mais significativa são o Norte e o Centro-Oeste. Na época do
descobrimento, existiam no território mais de mil povos, num total de cinco milhões
de indígenas. (CM)