Lei das uniões de facto, de novo nas mãos do Presidente da Republica Portuguesa.
( 9/8/2010) Um ano depois do veto, a lei das uniões de facto está de novo no caminho
de Cavaco Silva Presidente da Republica portuguesa. O diploma fracturante foi desenterrado
e aprovado pela esquerda no Parlamento e no final de Julho voltou ao Palácio de Belém.
O Presidente tem dez dias para decidir o que fará com o projecto: ou promulga ou repete
o veto. A posição de Cavaco sobre esta questão fracturante - e que mexe com o conceito
e os valores da família - promete tornar-se num caso da corrida para a presidência
da Republica, com as eleições de Janeiro de 2011: se vetar o Presidente sujeita-se
à crítica da esquerda e de Manuel Alegre; se promulgar dá argumentos aos "católicos"
que procuram uma alternativa a Belém desde o episódio do casamento homossexual. Há
um ano, Cavaco usou o veto sobre um projecto-lei que ia no sentido do reforço os direitos
nas "uniões de facto". O Presidente criticou o diploma por equiparar os direitos nas
uniões de facto aos do casamento. Cavaco considerou ainda "inoportuno proceder
a uma alteração de fundo deste alcance no actual momento de final de legislatura",
sem que tenha havido um "debate aprofundado" sobre uma matéria "geradora de controvérsia". Com
a legislatura a terminar, o veto político do Presidente matou o projecto. Mas, quando
o novo Parlamento se reuniu, a esquerda voltou a pegar no diploma. O Bloco de
Esquerda recuperou o projecto tal e qual como o que foi vetado. O PS foi mais cauteloso
e expurgou os aspectos mais polémicos para tirar argumentos ao PR para vetar de novo.