Tegucigalpa, 05 ago (RV) - Em entrevista concedida à Agência Zenit e ao jornal
“El Observador”, o presidente da Caritas Internacional, Dom Oscar Maradiaga, Arcebispo
de Tegucigalpa, defendeu a “globalização da caridade”, apontando esta como a principal
virtude do ser cristão.
O cardeal hondurenho diz que a comunidade católica
tem uma importante palavra a dizer na construção de uma “dimensão social da caridade”;
mas, para isso, é necessária uma maior preocupação, por parte da Igreja, em formar
os seus fiéis.
A Caritas Internacional é uma confederação de 162 organizações
humanitárias da Igreja Católica atuante em mais de duzentos países.
Coletiva
e individualmente, sua missão é trabalhar para construir um mundo melhor, especialmente
para os pobres e oprimidos, trabalhando para a paz e reconciliação, justiça econômica
e social, respeito pelo ambiente e defesa dos recursos naturais do planeta.
Neste
sentido, o Cardeal explicou que o voluntariado é uma dimensão essencial para a Caritas,
“que tem como missão educar os cristãos nas dimensões sociais do amor, mostrando que
a pessoa não pode se fechar no seu cristianismo de uma maneira individualista”.
Dom
Maradiaga considera que “o ideal seria que todas as paróquias tivessem a sua pastoral
social organizada, na qual a Caritas participe”.
Em relação aos países latino-americanos,
ele critica as carências na educação para a fé, que a seu ver, constituem uma das
principais lacunas na ação pastoral da Igreja.
“Se um sacerdote faz sempre
a mesma coisa em sua paróquia, acaba por não fazer nada, porque não acompanha a mudança
de época”; reflete o Cardeal, para quem é necessária uma conversão pastoral que faça
com que o “pároco se sinta como o primeiro responsável pela formação dos seus fiéis”. (CM)