FORÇAS DA ONU CONTESTAM VERSÃO LIBANESA DO CONFLITO COM ISRAEL
Beirute, 05 ago (RV) - O choque entre Líbano e Israel, nos dias passados, teria
ocorrido depois que o exército israelense começou a cortar uma árvore na região fronteiriça,
supostamente para melhorar o campo de visão. Os libaneses entenderam a medida como
uma provocação e abriram fogo: essa foi a versão libanesa fornecida para o confronto
ocorrido nesta terça-feira, e que matou um oficial israelense, dois soldados libaneses
e um jornalista também libanês.
Essa versão, todavia, é contestada pela força
de paz da Onu no sul do Líbano – a Unifil – que confirmou que a árvore estava em território
israelense. "A Unifil estabeleceu que as árvores que estão sendo cortadas pelo exército
israelense estão localizadas ao sul da Linha Azul, no lado israelense" – disse o porta-voz
da força de paz, tenente Naresh Bhatt.
Hoje, o Líbano reconheceu que a árvore
estava ao sul de um limite oficial, determinado pela Onu e conhecido como Linha Azul,
que separa os dois países. Essa linha foi delineada em 2000, após duas décadas de
ocupação israelense no sul do Líbano, iniciada em 1982.
O ministro da Informação
libanês, Tarek Mitri, disse que o país contesta a demarcação da Linha Azul em certas
áreas, entre elas a vila de Adeisseh, onde o confronto ocorreu, e disse que Israel
agiu de maneira ostensivamente provocatória.
Israel, por sua vez, disse que
o anúncio da Onu confirma claramente sua versão dos fatos. "Nossa atividade de rotina
foi conduzida inteiramente ao sul da fronteira, do lado israelense, e o exército libanês
abriu fogo sem qualquer provocação ou justificativa" – disse o porta-voz do governo
de Tel Aviv, Mark Regev.
Esse foi um dos mais sérios confrontos desde a breve
guerra entre Israel e o grupo libanês Hezbollah, em 2006. Foi também uma dura lembrança
de como a fronteira continua instável, apesar de os dois lados tentarem, aparentemente,
restaurar a paz. (AF)