2010-08-05 16:02:21

EX-PRESOS CUBANOS DEFENDEM STATUS DE REFUGIADOS POLÍTICOS NA ESPANHA


Madri, 04 ago (RV) - O status de refugiado político é o melhor trunfo para enfrentar a "deportação" de Cuba e reivindicar a libertação dos presos políticos que ainda estão na ilha, disseram nesta quarta-feira à agência espanhola de notícias – EFE – vários dissidentes libertados pelo governo de Raúl Castro e recebidos pela Espanha.



"Não acredito que as autoridades espanholas me negarão essa condição (de refugiado político), pois sabem que viemos da prisão" – disse à EFE o cubano Antonio Ramón Díaz Sánchez.



Sánchez é um dos 20 dissidentes que estavam presos em Cuba, e que chegaram à Espanha nas últimas semanas, depois de terem sido libertados graças aos acordos alcançados entre o Governo cubano e a Igreja Católica, com a ajuda da diplomacia espanhola; acordo que engloba a libertação de um total de 52 prisioneiros políticos antes de novembro.



Todos eles pertencem ao grupo de 75 dissidentes presos em 2003, por subversão e ataques contra a revolução, na onda de repressão conhecida como "Primavera Negra".



"Se a Espanha não nos considerasse refugiados políticos – disse Sánchez – estaríamos aqui como criminosos comuns, pois não dispomos de nenhum documento que credencie a anistia ou o perdão" – ressaltou o dissidente, membro do Movimento Cristão de Libertação e condenado a 20 anos de prisão.



Sánchez rejeitou a chamada "proteção internacional assistida" oferecida a eles pelo Ministério do Interior espanhol, para regularizar sua situação na Espanha. O ex-preso cubano referiu-se também, ao possível efeito destas libertações na política comum da União Europeia (UE) em relação a Cuba.



"Nós não vamos dizer à UE o que ela tem que fazer. O bloco europeu assumiu essa posição para defender as liberdades fundamentais em Cuba. A pergunta é: existem liberdades fundamentais em Cuba? A resposta evidentemente é não" – sublinhou Sánchez.



Segundo o dissidente, o bloco europeu deveria lembrar a mensagem lançada por Raúl Castro há poucos dias, "quando ameaçou a oposição política e disse que, a qualquer momento, a Primavera Negra de 2003 poderia se repetir".



Os ex-detentos temem que o governo de Havana esteja manipulando a situação de libertação dos dissidentes, apenas para que a União Européia suspenda sua posição contra o país. Segundo eles, "ainda há muito a ser mudado em Cuba, em termos de respeito aos direitos humanos, para que a UE dê tal passo". (AF)








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