PRESIDENTE MEXICANO COGITA LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS PARA CONTER NARCOTRÁFICO
Cidade do México, 04 ago (RV) - O governo do México está revendo sua política
de combate às drogas. O Presidente Felipe Calderón, no poder desde 2006, confirmou
a crescente violência do narcotráfico, considerando inclusive uma possível legalização
das drogas. O narcotráfico já causou a morte de 28 mil pessoas desde o início do mandato
de Calderón.
Num encontro com acadêmicos e especialistas, liderado pelo presidente,
o diretor do Centro de Investigação e Segurança Nacional (Cisen), Guillermo Valdés,
reconheceu as dificuldades para conter a violência. Segundo ele, desde 2006, ocorreram
963 enfrentamentos em ruas e estradas, entre o crime organizado e as forças policiais.
Ele revelou que a média é de "um enfrentamento ao dia".
Ainda de acordo com
o diretor do Cisen o número de carros apreendidos aumentou 157% no primeiro semestre
de 2006, alcançando 34.699. Também foram apreendidas 84 mil armas, 200% a mais do
que no governo passado, além de 330 milhões de pesos e 411 milhões de dólares. Valdés
considerou, porém, que não há avanços suficientes em matéria de lavagem de dinheiro.
Alguns
dos presentes no encontro propuseram deixar de ver o combate aos cartéis somente a
partir da lógica punitiva, mas também sob aquela da saúde pública, indo ao encontro
das idéias do analista e escritor Héctor Aguilar, que propôs "um passo sério em direção
a legalização não só da maconha, mas das drogas em geral".
O presidente mexicano
disse que cogita um debate sobre a legalização. "É um debate fundamental, que deve
ocorrer no âmbito de uma pluralidade democrática. Os convenientes e inconvenientes
devem ser analisados profundamente" - declarou o presidente. (ED)