O início do mês de agosto marca uma data muito importante para a República do Benin,
que está comemorando, exatamente no primeiro dia do mês, os 50 anos da sua independência.
Pelo
menos 10 chefes de Estado africanos e várias delegações assistiram, este domingo,
à celebração do 50º aniversário da independência do Benin em Porto Novo, capital constitucional
do país. Entre eles, os presidentes Laurent Gbagbo, da Costa do Marfim; Idriss Déby
Itno, do Chade; François Bozizé, da República Centroafricana; Sassou Nguesso, do Congo;
Ali Ben Bongo, do Gabão; Blaise Compaoré, de Burkina Faso; Abdoulaye Wade, de Senegal;
Amadou Toumani Touré, de Mali; Teodoro Obiang Nguema, da Guiné Equatorial e Goodluck
Jonathan, da Nigéria.
Os contingentes das Forças Armadas de 10 países, entre
os quais França, Congo, Gana, Togo, Burkina Faso e Senegal desfilaram ao lado das
tropas beninenses.
O Benin, antiga colónia francesa, tornou-se independente
em primeiro de Agosto de 1960, com Hubert Koutoukou Maga como primeiro Presidente.
Dirigido
desde 6 de abril de 2006 por Boni Yayi, o Benin registou 12 presidentes até agora,
dos quais o penúltimo foi Mathieu Kérékou, o qual totalizou 28 anos de poder.
Vamos, hoje, nesse espaço dedicado à África, conhecer um pouco mais sobre esse
país e a sua história.
Benin faz parte da porção ocidental da África, a capital
constitucional é Porto Novo, como dissemos, mas Cotonou é a sede física do governo
e a maior cidade do país. Todo o Benin tem uma extensão de 112.620 quilômetros quadrados.
É pequeno para uma população que beira os nove milhões.
Antiga colônia francesa,
o pequeno país, que já fora chamado de "Quartier Latin" da África – ou bairro latino
da África -, tem um longo passado escravagista.
Já no século XVII,
os portugueses estabeleceram entrepostos comerciais ao longo do seu litoral, voltado
para o Oceano Atlântico, conhecido então como Costa dos Escravos. Os negros capturados
eram vendidos no Brasil e no Caribe.
No século XIX, também a França viu em
Benin possibilidade de ganhos. Entrou em guerra com os reinos locais e, em 1892, o
país tornou-se protetorado francês, com o nome de Daomé. Em 1960, conquistou sua independência,
dentro da onda de independências das colônias africanas naquele ano – 17 no total.
Mas, já em 1963, ou seja, apenas três anos após a sua independência, o país mergulhou
na instabilidade política, a qual gerou seis sucessivos golpes de estado.
Em
1972, um grupo de oficiais militares subalternos tomou o poder e institui um regime
esquerdista, liderado pelo major Mathieu Kérékou, fundando a República Popular do
Benim. Kérékou nacionalizou companhias estrangeiras, estatizou empresas privadas de
grande porte e criou programas populares de saúde e de educação. A doutrina oficial
do Estado era então o marxismo-leninismo, apesar de a agricultura e o comércio terem
permanecido em mãos privadas.
Para marcar esse período revolucionário, o país
passou a se chamar Benim. O regime político entrou em mais uma crise, e o marxismo-leninismo
foi abandonado. Os ventos do pluripartidarismo que foi então instituído em Benin sopraram
pela África, e outros seguiram o exemplo. A democracia si instaura no país. Nicéphore
Soglo, chefe do governo de transição formado em 1990, foi eleito presidente em 1991.
Em 1996, ele perdeu as eleições para Kérékou, que governou até abril de 2006.
Dos
17 países africanos que deixaram de ser colônias para tornarem-se soberanos, há exatos
50 anos, Benin é o aniversariante do mês. E essa foi uma breve história desse país
ainda pouco conhecido para nós. Logo para nós, brasileiros, que trazemos nos nossos
genes uma forte herança da nossa mãe áfrica, mãe solteira, agora independente, mas
com muito ainda por fazer.