Uberaba, 04 ago (RV) - O ser humano, dotado de inteligência, se faz perguntas
sem fim. Enquanto alcança descobrir o porquê, e o como de muitos fenômenos que nos
cercam, o abismo do desconhecido avança e aguça a nossa curiosidade. Chegamos à conclusão
de que ainda estamos cercados de mistérios, apesar dos enormes progressos. Se descobrimos
as leis que movem os astros, se levantamos o véu que cerca os fenômenos das casas
assombradas, se conseguimos devassar os segredos da carga genética das células, ficamos
quedos diante da confusão que nos causa a matéria escura do universo, ou a reação
imprevisível do coração humano. Mas o grande enigma que nos espicaça, é a existência
do universo, o porquê de nossas vidas, e quem é o autor desse cosmos misterioso, no
qual estamos inseridos. Esta é a grande pergunta. O Deus Criador é a chave dos enigmas
que nos cercam.
Nos dias atuais encontramos agnósticos, ou ateus, que
para se acalmarem na sua dúvida, precisam continuamente “provar” que esse Ser Infinito
não existe. Se eu não acredito em Papai Noel, não preciso a toda hora argumentar,
e tentar convencer os outros, para abandonar essa idéia. Se eu argumentasse, sem
parar, estaria comprovando que não estou muito convicto.
Também vejo
constantemente os homens modernos se debaterem nessa busca desafiadora do mistério
central da existência. Após Augusto Comte, a filosofia só quer mais trabalhar com
dados experimentais. Ele desprezou o suprasumo da ciência humana, que é metafísica.
Esta ciência, desde o grande Aristóteles, procura as causas primárias e os princípios
elementares. Esta é a filosofia primeira, cuja ocupação principal não é a demonstração
material. Se eu não aceito a metafísica, e só trabalho com evidências materiais, é
impossível chegar até Deus. É como querer discutir as cores das flores, mas não admitir
o uso da vista. O Eterno se revela aos simples de coração. “Os céus proclamam a glória
de Deus” ( Sl 19, 1). Então, se você vê um ateu sincero, saiba que suas atitudes
nem sempre nascem de um coração mau, ou de uma inteligência pervertida. Ele está envolvido
na malha das suas interrogações sem fim. Àquele que busca, se aplica o que disse Jesus:
“Não estás longe do Reino de Deus” (Mc 12, 34).