2010-08-03 19:47:08

ITÁLIA: IGREJA LAMENTA QUE PAÍS NÃO TENHA CLASSE DIRIGENTE À ALTURA DOS DESAFIOS


Roma, 03 ago (RV) – É lamentável que a Itália careça de uma classe dirigente à altura de seus desafios. O autor da crítica foi Edoardo Patriarca, secretário do Comitê Organizador da Semana Social da Igreja Italiana – um leigo de relevo – evento que se realizará em outubro próximo, na região italiana de Reggio Calabria.

A crítica foi de Patriarca, mas os observadores políticos italianos não têm dúvidas de que a Igreja tenha optado por um canal indireto – justamente um leigo influente – para dar a conhecer seu pensamento sobre o panorama político italiano neste momento.

A Igreja Católica ainda é um fator de notável influência na Itália, apesar do abandono da prática religiosa e da liberação dos costumes. Daí o impacto de sua mensagem perante a atual crise política.

Patriarca antecipou o conteúdo do documento em preparação: "Católicos na Itália de hoje". Trata-se de uma agenda de esperança para o futuro do país. Ele falou sobre o documento em entrevista à nossa emissora, reproduzida pelos principais jornais do país. Segundo o líder católico, a Itália está vivendo "um momento difícil e até mesmo dramático sob certos aspectos".

"Hoje, a Itália parece um país sem classe dirigente, sem pessoas que em seu papel político, empresarial e cultural saibam oferecer à nação uma visão e objetivos compartilhados e compartilháveis" – afirmou Patriarca.

Ele reprovou os políticos por não cumprirem suas funções, e não saberem oferecer uma perspectiva a médio e longo prazo, e também lamentou a incapacidade de outros atores da sociedade civil de darem esperança ao país.

Os últimos editoriais do jornal da Conferência Episcopal Italiana – "Avvenire" – seguiam uma linha semelhante e dura, denunciando a "arrogância verbal" e a "autossuficiência" entre os líderes políticos, ao mesmo tempo em que advertiam que a crise é, sobretudo, ética. O diário constatou a erosão do sistema bipartidário e fez críticas implícitas às últimas festas do primeiro-ministro Silvio Berlusconi em sua residência romana. (AF)







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