Cidade do Vaticano, 31 jul (RV) – Quem pensa na Igreja na China somente em
termos de problemas políticos ou de relações diplomáticas, corre o risco de não entendê-la.
Essa é a advertência feita pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico
Lombardi, em seu editorial semanal, ao comentar a carta publicada dois dias atrás
pelo Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Card. Ivan Dias, aos
bispos e aos sacerdotes chineses.
"O Card. Dias fala em perspectiva
pastoral, fala do testemunho que o bispo e o sacerdote deve dar primeiramente como
homem de Deus e homem para os outros, fala de oração e de celebração da Eucaristia,
fala de serviço completamente desinteressado em prol dos pequenos e dos pobres, dos
pecadores, de todos, segundo o exemplo de Jesus" – afirma Pe. Lombardi.
Do
documento da Congregação, o sacerdote jesuíta destaca o aspecto de comunhão com o
Santo Padre na Igreja, como garantia de liberdade na adesão à verdade e à autêntica
tradição: "Provavelmente, os fiéis e os pastores da Igreja na China são um dos mais
conscientes deste argumento, à luz de sua própria experiência. Mas a carta fala também
e ainda mais da união entre os membros da comunidade eclesial, superando com paciência
e coragem as divisões".
As divisões – recorda – são a consequência
do pecado, que é o mais grave perigo para a Igreja, como recordou mais vezes o Papa
recentemente. E o perigo que vem de dentro é pior do que o que vem de fora.
Por
fim, Pe. Lombardi cita os votos feitos à comunidade chinesa, votos feitos inclusive
pelo Papa, de prosseguirem intrépidos no caminho da santidade, da unidade e da comunhão:
"Para os sacerdotes e os bispos católicos chineses, como para todos os sacerdotes
e bispos da Igreja em todo o mundo, esses são os pontos primordiais sobre os quais
construir o futuro. Nós nos sentimos solidários com eles neste caminho, que deve ser
também o nosso". (BF)