Juiz de Fora, 30 jul (RV) - O ponto de partida da parábola de Jesus é um problema
de herança. Era frequente, na época de Jesus que os doutores da lei assumissem o papel
de juízes em casos similares. Mas Jesus se nega. A sua vida estava plenamente dedicada
ao anúncio do Reino de Deus.
Jesus adverte-nos contra uma espécie de ganância
que se constitui numa forma de idolatria que não mos deixa espaço para viver o ideal
cristão: não se pode viver por Cristo e pelo próximo e, ao mesmo tempo, ser invejoso.
É
comum acumularmos bens para nós mesmos, em prejuízo dos outros. Acontece que gastamos
grande parte de nossa vida acumulando esses bens, ficando distantes de valores mais
verdadeiros e reais. Enfim, tudo passa tudo morre. Só o amor permanece. Até a morte
tem a sua glória quando vivemos comprometidos com a verdade.
O Evangelho (Lc
12,13-21) refere-se, nessa passagem, à ganância em matéria de dinheiro, mas há outras
formas de ganância: a ambição de prestígio e de poder, o sexo e o prazer desenfreado.
O exemplo do homem rico, que acumula riquezas, pode ser outra forma de ambição e ganância.
A vida, afirma Jesus, não depende da abundância dos bens materiais.
+ Eurico
dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz de Fora(MG)