Cidade do Vaticano, 30 jul (RV) - América Latina desafios e esperanças: este
é o título de um opúsculo publicado pela Pontifícia Comissão para a America Latina
(CAL), aos cuidados do Arcebispo José Octavio Ruiz Arenas, vice-presidente da instituição.
Trata-se de um trabalho de síntese sobre a realidade latino-americana, publicado para
divulgar, sobretudo nos vários organismos da Santa Sé, os desafios aos quais a Igreja
no subcontinente deve responder.
O opúsculo se divide em duas partes
principais. Na primeira, são analisados os desafios para a Igreja na América Latina
e, na segunda parte, são ilustradas as esperanças. Entre os desafios, citam-se a situação
econômica e a permanente desigualdade social entre ricos e pobres, que aumenta sempre
mais e, segundo a ótica da Igreja, é inaceitável.
Outros desafios são
representados pela globalização e pela questão da biodiversidade da Amazônia, vítima
– denuncia o Arcebispo – de contínuas depredações e indevidas apropriações.
Por fim, a reflexão sobre a situação religiosa. Depois de recordar os 500 anos de
evangelização, mostra-se a necessidade, hoje, de um novo processo evangelizador. Isso
porque se assiste ao nascimento de sempre novos movimentos e grupos religiosos que
requerem muita atenção pastoral. Por outro lado, o crescente pluralismo religioso
na America Latina não corresponde a um amadurecimento do diálogo ecumênico.
Entre
os motivos de esperança, citam-se as inúmeras atividades e obras promovidas por organismos,
como o Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM); a Pontifícia Comissão para a América
Latina (CAL); e a Confederação dos religiosos e das religiosas da America Latina (CLAR).
Mas para além de obras e programas, fala-se das características próprias
dos povos latino-americanos: o acolhimento e a forte solidariedade entre os mais pobres,
o interesse crescente por valores locais e pelas culturas indígenas. Características
na quais se insere uma forte ação pastoral por parte da Igreja, que se faz presente
em todo âmbito da vida do seu povo, sobretudo onde é preciso defender a dignidade
e a sacralidade da vida, da família e dos direitos humanos. (BF)